Economia

Dívida pública avança 0,32% em abril, para R$ 3,24 trilhões

Segundo o Tesouro Nacional, aumento é resultado das despesas com juros, que elevaram dívida apesar do resgate líquido de títulos públicos

Por G1 24/05/2017 17h59
Dívida pública avança 0,32% em abril, para R$ 3,24 trilhões
Reprodução - Foto: Assessoria
A dívida pública federal, que inclui os endividamentos do governo dentro do Brasil e no exterior, avançou 0,32% em abril, para R$ 3,24 trilhões, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta quarta-feira (24). Em março, a dívida estava em R$ 3,23 trilhões.

Esse aumento está relacionado principalmente às despesas com juros da dívida pública, que somaram R$ 23,61 bilhões em abril.

No mês passado, houve resgate líquido de títulos públicos, ou seja, o vencimento de papéis superou a emissão de novos títulos da dívida, em R$ 13,25 bilhões. O resgate líquido contribui para reduzir a dívida pública. Entretanto, isso não ocorreu em abril porque o valor do gasto com pagamento de juros foi superior.

A dívida pública é a emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal. Quando os pagamentos e recebimentos são realizados em real, a dívida é chamada de interna. Quando tais operações ocorrem em moeda estrangeira (dólar, normalmente), é classificada como externa.

Em 2016, a dívida pública registrou crescimento de 11,42%, para R$ 3,11 trilhões.

Programação para 2017

Para este ano, a expectativa do Tesouro Nacional é de novo aumento na dívida pública. A programação da instituição prevê que ela pode chegar aos R$ 3,65 tilhões no fim de 2017.

Se isso se confirmar, a alta da dívida, neste ano, será de R$ 538 bilhões, aumento 17,28% em relação ao fechamento de 2016.

O patamar de R$ 3,65 trilhões é o máximo previsto para a dívida interna e externa. Portanto, o crescimento pode ser menor. Estimativas do Tesouro apontam que a alta pode ficar em R$ 338 bilhões e, neste caso, a dívida chegaria ao final de 2017 em R$ 3,45 trilhões, elevação de 10,86%.

Dívidas interna e externa

No caso da dívida interna, segundo informou o Tesouro Nacional, foi registrada uma elevação de 0,3% em abril, para R$ 3,12 trilhões. Neste caso, a alta foi de R$ 10 bilhões.

A dívida externa brasileira, resultado da emissão de bônus soberanos (títulos da dívida) no mercado internacional e de contratos firmados no passado, contabilizou uma alta de 0,81% no mês passado, para R$ 121,2 bilhões. O aumento da dívida externa foi de R$ 1 bilhão no mês passado.

Compradores

Os números do Tesouro Nacional também revelam que a participação dos investidores estrangeiros na dívida pública interna subiu em abril. Em março, os não residentes detinham 13,26% do total da dívida interna (R$ 412 bilhões). No fechamento de abril, detinham 13,63%, o equivalente a R$ 425 bilhões.

Mesmo assim, os estrangeiros seguem na quarta colocação de principais detentores da dívida pública interna, atrás dos fundos de previdência, com R$ 812 bilhões em abril, ou 26% do total; dos fundos de investimento (23,24% do total, ou R$ 725,9 bilhões) e das instituições financeiras (21,87% do total, ou R$ 683 bilhões).

Perfil da dívida

Em abril deste ano, o percentual de papéis prefixados somou 34,93% do total, ou R$ 1,09 trilhão, contra 35,87% em março (R$ 1,11 trilhão). Os números foram calculados após a contabilização dos contratos de "swap cambial".

Os títulos atrelados à taxa Selic, chamados de pós-fixados, por sua vez, tiveram sua participação elevada no mês passado. Em março, representaram 28,2% do total (R$ 878 bilhões), avançando para 29,33% em abril (ou R$ 916 bilhões).

A parcela da dívida atrelada aos índices de preços (inflação), por sua vez, somou 33,45% em abril deste ano, o equivalente a R$ 1,04 trilhão, contra 33,2% em março (R$ 1,03 trilhão).

Os ativos indexados à variação da taxa de câmbio, por sua vez, somaram 2,29% do total em abril, ou R$ 71,49 bilhões, contra 2,72% em março deste ano, ou R$ 84,77 bilhões.

A queda da dívida em dólar se deve ao resgate, por parte do Banco Central, de contratos de "swap cambial" - na esteira do processo de queda da cotação do dólar no Brasil.