Economia
Bovespa opera em alta nesta terça-feira, após cair na véspera
Na véspera, o Ibovespa fechou em baixa de 1,54%, aos 61.673 pontos
Às 15h55, o Ibovespa subia 1,48%, a 62.584 pontos.
"Caso reformas andem, pouco importa quem é o presidente e também a observação negativa da S&P divulgada na noite de ontem", escreveram analistas da corretora Lerosa Investimentos em nota a clientes, segundo a Reuters. "Caso a resposta seja positiva para reformas, os ativos vão melhorar substancialmente no curtoprazo, ficando a crise política um evento paralelo e de cunho policial", completaram.
Na segunda-feira (22), a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) colocou a nota de risco soberano do Brasil em observação negativa, mantendo a nota de crédito do país em moeda estrangeira e local em “BB” - dois patamares abaixo do grau de investimento (selo de bom pagador). Isso significa que a nota brasileira pode ser reduzida nos próximos três meses.
DestaquesOs papéis da JBS tinham alta de aproximadamente 6%, após figurar entre as maiores quedas, chegando a cair 3,51%, a R$ 5,77.
Do outro lado, a Eletrobras subia forte, com avanço de mais de 4% nas ações preferenciais e de quase 6% nas ordinárias. Nesta terça, o presidente da elétrica disse à Reuters que a companhia segue com o plano de privatizar subsidiárias e reduzir dívida. Ele também afirmou que espera que o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, permaneça no cargo, apesar de seu partido (PSB) ter pedido que ele deixe o governo.
Na segunda-feira, a estatal anunciou um plano de aposentadoria voluntária para 4,6 mil funcionários e informou que contratou o banco BTG Pactual para assessorá-la em seu plano de venda de ativos.
As ações preferenciais e ordinárias da Petrobras avançavam ao redor de 0,6%. Os papéis do Itaú tinham valorização de cerca de 2% e os da Vale, próxima de 1%.
IncertezasO mercado segue receoso quanto à permanência do presidente Michel Temer no cargo e à aprovação das reformas, em especial a da Previdência, determinantes para a retomada da economia.
Na segunda (22), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu que a crise política pode atrasar a aprovação da reforma da Previdência, noticiou a colunista do G1 Thais Herédia. O atraso, segundo ele, seria de algumas semanas.
Porém, o governo trabalha para tentar avançar sua pauta econômica no Congresso.
No Senado, a Comissão de Assuntos Econômicos analisa a proposta da reforma trabalhista. O relator do projeto na comissão, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), disse que vai apresentar o parecer sobre o texto ainda nesta-feira.
Além disso, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), informou no dia anterior que a Casa deve começar a discutir e votar o projeto de reforma da Previdência entre 5 e 12 de junho.
VésperaNa véspera, o índice fechou em baixa de 1,54%, aos 61.673 pontos. As ações da JBS lideraram as perdas, caindo 31,34%, a R$ 5,98.
As ações da JBS lideravam as perdas do dia caíram 31,34%, a R$ 5,98. Por conta da intensa queda, as negociações dos papéis da companhia chegaram a ser interrompidas nove vezes durante o pregão.
Em valor de mercado, a perda foi de R$ 7,4 bilhões. Desde que eclodiu a crise política na semana passada, a empresa já perdeu R$ 9,6 bilhões.
Nos últimos dois meses, que consideram também os impactos da Operação Carne Fraca, o valor de mercado do frigorífico caiu pela metade: de R$ 32,6 bilhões para R$ 16,3 bilhões. Os dados são da empresa de informação financeira Economatica.
Na segunda-feira (22), as agências de classificação de risco Moody's e Ficth cortaram a nota de crédito da JBS e de sua subsidiária nos Estados Unidos, a JBS USA.
Além disso, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) confirmou na noite de sexta-feira (19) que abriu cinco processos administrativos contra a empresa para investigar supostas irregularidades como o uso de informações privilegiadas em negociações de dólar futuro e ações.
Relembre o casoO Supremo Tribunal Federal (STF) aguarda a conclusão da perícia no áudio gravado por Joesley Batista, dono da JBS, para julgar o pedido de Temer para suspender o inquérito contra ele. O presidente é investigado por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça
Os advogados do presidente, porém, dizem que os áudios são "imprestáveis" e que não veem mais necessidade da suspensão. Eles afirmam que preferem que a investigação continue para "provar a inocência" de Temer.
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