Economia

Incertezas aumentaram, mas BC segue monitorando mercados, diz Goldfajn

Crise deflagrada pela revelação do áudio da conversa entre o presidente Michel Temer e o dono da JBS, Joesley Batista, provocou instabilidade no mercado financeiro

Por G1 22/05/2017 19h30
Incertezas aumentaram, mas BC segue monitorando mercados, diz Goldfajn
Reprodução - Foto: Assessoria
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse nesta segunda-feira (22) que as incertezas do mercado financeiro em relação ao Brasil aumentaram nos últimos dias por conta do "ambiente político", se referindo à crise provocada pela revelação da gravação da conversa entre o presidente Michel Temer e o dono da JBS, Joesley Batista.

De acordo com Goldfajn, porém, o BC vem cumprindo sua missão, segue monitorando o impacto das revelações e "atuando para manter a plena funcionalidade dos mercados", afirmou. O presidente do BC fez a declaração durante o evento Leadership Forum, promovido pela Mckinsey&Company, em São Paulo.

Segundo ele, O BC tem atuado, em coordenação com o Ministério da Fazenda, para dar liquidez aos mercados, através dos "swaps cambiais" (operações que equivalem à venda de dólares no mercado futuro) e dos leilões de recompra de títulos públicos.

"O BC e o Tesouro Nacional têm vários instrumentos à disposição. Essa atuação do BC e do Tesouro Nacional na administração de efeitos dos choques recentes é favorecida pela resiliência do sistema financeiro nacional", declarou Goldfajn no evento.

O presidente do Banco Central voltou a dizer que o Brasil tem "amortecedores robustos e, por isso, está menos vulnerável a choques, internos ou externos". Os apontamentos do presidente do BC no evento foram divulgados por sua assessoria de imprensa.

"A política econômica doméstica mudou de direção há um ano e as reformas implementadas neste curto período mostraram resultados positivos, por isso a importância de se continuar nesse caminho virtuoso", acrescentou Goldfajn.

Nesta segunda-feira (22), o dólar voltou a subir em relação ao real - após disparar na semana passada, com os investidores ainda de olho na crise envolvendo o governo de Michel Temer e as delações da JBS, a cotação da moeda havia caído.

O Banco Central mais uma vez anunciou operação de intervenção no câmbio, em meio à intensa volatilidade. A instituição vendeu todos os 40 mil novos swaps cambiais tradicionais - equivalentes à venda futura de dólares -, informou a Reuters. O BC ainda anunciou leilão para rolagem dos swaps que vencem em junho, com oferta de até 8 mil contratos.