Economia

Dólar quebra sequência de seis quedas e tem maior alta em quase 2 meses

Moeda dos EUA subiu 1,23%, a R$ 3,1337 venda, na maior alta diária desde 23 de março

Por G1 17/05/2017 20h59
Dólar quebra sequência de seis quedas e tem maior alta em quase 2 meses
Reprodução - Foto: Assessoria
O dólar fechou em alta em relação ao real nesta quarta-feira (17), interrompendo sequência de seis quedas seguidas e que o levou abaixo de R$ 3,10, acompanhando o cenário menos otimista no exterior diante da turbulência política nos Estados Unidos, que alimentava temores de que o presidente Donald Trump possa não ter força para implementar seus planos econômicos e tributários, segundo a Reuters.

O dólar avançou 1,23%, a R$ 3,1337 na venda, depois de ceder 3,14% em 6 pregões. Na máxima da sessão, a moeda norte-americana atingiu R$ 3,1357.

A alta desta quarta-feira foi a mais forte desde 23 de março (1,36%).

Cenário externo

O movimento de busca de proteção se estendia pelos mercados financeiros internacionais nesta sessão após notícias de que Trump pediu ao ex-chefe do FBI James Comey para encerrar a investigação da agência sobre os laços entre o antigo conselheiro da segurança da Casa Branca, Michael Flynn, e a Rússia. Além disso, ele foi acusado de ter passado informações confidenciais à Rússia, reforça a agência.

"Trump perde poder de fogo nas negociações com o Congresso", afirmou à Reuters o economista da corretora Guide Ignácio Crespo Rey.

Cenário local

O lado doméstico estava em segundo plano nesta sessão, embora o mercado continuassede olho na perspectiva de aprovação da reforma da Previdência.

"As notícias recentes têm sido mais positivas, o governo está avançando nas negociações, o presidente (Michel) Temer tem bom diálogo com o Congresso e vem concedendo medidas", afirmou Crespo Rey.

Na avaliação de alguns profissionais, no entanto, é importante o governo não ceder mais na reforma, para não desfigurar totalmente o texto e azedar os ânimos dos investidores. Na véspera, o governo assinou medida provisória com concessões aos débitos dos municípios e Estados com o INSS.

"Localmente, as concessões do governo para garantir a votação da Previdência... começam a surtir efeitos positivos para a aprovação da reforma, mas suscita críticas mais pesadasda equipe econômica e de aliados do governo", trouxe a corretora Infinity em relatório, ainda segundo a Reuters.

Intervenção do BC

O Banco Central vendeu integralmente a oferta de até 8 mil swaps cambiais tradicionais - equivalentes à venda futura de dólares - para rolar os contratos que vencem em junho, que totalizam US$ 4,435 bilhões. Ao todo, já foram rolados cerca de 800 milhões de dólares.