Economia
Moody"s rebaixa notas da Odebrecht e muda perspectiva para negativa
Segundo a agência, não ocorreu a esperada melhora do portifólio de projetos da empreiteira após acordo de leniência
A Moody's cortou a nota em escala global em um nível, de "Caa1" para "Caa2", permanecendo na escala mais baixa de classificação, considerada como alto risco de inadimplência e baixo interesse para investimento.
O rating em escala nacional foi rebaixado para "Caa2.br" de "B3.br" the corporate family rating assigned on its Brazilian National scale to Odebrecht Engenharia e Construcão S.A.
Desempenho aquém do esperadoSegundo a agência, o rebaixamento e a perspectiva negativa refletem a erosão da carteira de projetos da companhia e queima de caixa maior que a esperada em um momento de reduzida atividade de construção que leva a uma fraca conversão de caixa.
"Além disso, o rebaixamento incorpora significativos cancelamentos de projetos, especialmente em mercados importantes para a companhia for a do Brasil sem que que haja sinais de recuperação substancial no curto prazo", afirma a Moody's.
De acordo com a agência, esperava-se que, após a assinatura do acordo de leniência da controladora Odebrecht S.A. (ODB, sem rating) com procuradores federais em dezembro de 2016, a companhia seria capaz de iniciar a substituição gradual de sua carteira de projetos.
"Tal expectativa não se materializou até o momento no Brasil, enquanto vários outros países latino-americanos deram início a investigações paralelas", diz a nota.
Daqui para frente, acrescenta a Moody's, para melhorar a liquidez e o perfil da carteira de projetos, a OEC "depende da venda de ativos tais como a Odebrecht Ambiental, para o pagamento de US$ 450 milhões em empréstimos intercompanhia da controladora ODB, da assinatura de acordos de leniência nos principais países da América Latina e da recuperação das economias sul-americanas, especialmente a do Brasil".
Delações da Lava JatoO corte das notas acontece no mesmo dia em que o ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Procuradoria Geral da República (PGR) a investigar 9 ministros, 29 senadores e 42 deputados federais que fazem parte da chamada "lista do Janot", por suspeita de corrupção envolvendo a empreiteira.
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