Economia

Moody"s rebaixa notas da Odebrecht e muda perspectiva para negativa

Segundo a agência, não ocorreu a esperada melhora do portifólio de projetos da empreiteira após acordo de leniência

Por G1 11/04/2017 20h36
Moody's rebaixa notas da Odebrecht e muda perspectiva para negativa
Reprodução - Foto: Assessoria
A agência de classificação de risco Moody's na América Latina rebaixou nesta terça-feira (11) as notas de crédito da Odebrecht Engenharia e Construção (OEC) e mudou a perspectiva de todos os rating de "positiva" para "negativa".

A Moody's cortou a nota em escala global em um nível, de "Caa1" para "Caa2", permanecendo na escala mais baixa de classificação, considerada como alto risco de inadimplência e baixo interesse para investimento.

O rating em escala nacional foi rebaixado para "Caa2.br" de "B3.br" the corporate family rating assigned on its Brazilian National scale to Odebrecht Engenharia e Construcão S.A.

Desempenho aquém do esperado

Segundo a agência, o rebaixamento e a perspectiva negativa refletem a erosão da carteira de projetos da companhia e queima de caixa maior que a esperada em um momento de reduzida atividade de construção que leva a uma fraca conversão de caixa.

"Além disso, o rebaixamento incorpora significativos cancelamentos de projetos, especialmente em mercados importantes para a companhia for a do Brasil sem que que haja sinais de recuperação substancial no curto prazo", afirma a Moody's.

De acordo com a agência, esperava-se que, após a assinatura do acordo de leniência da controladora Odebrecht S.A. (ODB, sem rating) com procuradores federais em dezembro de 2016, a companhia seria capaz de iniciar a substituição gradual de sua carteira de projetos.

"Tal expectativa não se materializou até o momento no Brasil, enquanto vários outros países latino-americanos deram início a investigações paralelas", diz a nota.

Daqui para frente, acrescenta a Moody's, para melhorar a liquidez e o perfil da carteira de projetos, a OEC "depende da venda de ativos tais como a Odebrecht Ambiental, para o pagamento de US$ 450 milhões em empréstimos intercompanhia da controladora ODB, da assinatura de acordos de leniência nos principais países da América Latina e da recuperação das economias sul-americanas, especialmente a do Brasil".

Delações da Lava Jato

O corte das notas acontece no mesmo dia em que o ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Procuradoria Geral da República (PGR) a investigar 9 ministros, 29 senadores e 42 deputados federais que fazem parte da chamada "lista do Janot", por suspeita de corrupção envolvendo a empreiteira.