Economia
Dólar passa a subir nesta quinta, após Fed e Moody"s
Na véspera, a moeda despencou 1,83% no pregão passado
Às 15h29, o dólar subia 0,22%, a R$ 3,1181 na venda, depois de ter despencando 1,83% no pregão passado.
Na mínima do dia, a moeda norte-americana foi a R$ 3,0898, segundo a agência.
Os investidores também estavam reagindo à volta das atuações do Banco Central no mercado e à melhora de perspectiva do rating brasileiro pela agência de classificação de risco Moody's.
"O dólar tem algumas razões para cair: Fed, Moody's e rolagem do swap", citou o diretor de operações da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer, à Reuters.
Na véspera, o Fed elevou os juros pela segunda vez em três meses, para a faixa entre 0,75 e 1%, movimento amplamente esperado e impulsionado pelo crescimento econômico estável. Entretanto, não indicou qualquer plano de acelerar o ritmo do aperto, reforçando a visão de mais duas altas neste ano.
Juros mais altos nos Estados Unidos podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outros mercados financeiros, como o brasileiro.
O dólar também reagia com a notícia de que a Moody's elevou a perspectiva do rating do Brasil, atualmente em Ba2, de negativa para estável, surpreendendo os agentes porque pode melhorar a confiança no país.
Além disso, o Banco Central brasileiro voltou a atuar no mercado por meio de leilão swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- para a rolagem dos contratos que vencem em abril. Vendeu todo o lote de 10 mil contratos, reduzindo a US$ 9,211 bilhões o total que vence em abril e que ainda resta para rolar.
Se mantiver o mesmo ritmo até o fim do mês e vendê-los na íntegra, o BC vai rolar parcialmente os contratos, num total de US$ 5,5 bilhões.
"Apesar de ter sinalizado que será uma rolagem parcial, a leitura é favorável. Seria ruim se ele não rolasse nada", justificou Spyer, acrescentando que o mercado já trabalhava com esse expectativa.
Em fevereiro, o BC também havia feito rolagem apenas parcial do vencimento de março dos swaps.
Um profissional da mesa de câmbio comentou à Reuters que o preço baixo da moeda norte-americana pela manhã atraiu um fluxo comprador, que a levou a rondar a estabilidade, mas sem tirá-la da trajetória de recuo.
Apesar do bom humor, os investidores continuavam atentos à cena política brasileira, bastante influenciada agora pela lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) com 83 pedidos de abertura de inquérito contra políticos, com base nos acordos de delação premiada de 77 executivos da Odebrecht com a operação Lava Jato.
Os pedidos, de acordo com reportagens, envolvem seis ministros do presidente Michel Temer, entre outros. O temor é que importantes reformas que precisam do aval do Congresso, como a da Previdência, sejam prejudicadas.
Na véspera, a moeda dos EUA recuou 1,83%, a R$ 3,1112 na venda, após ter fechado na véspera perto de R$ 3,17.
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