Economia
Dólar vira e passa a subir, após anúncio de Trump sobre plano "fenomenal"
Moeda fechou praticamente estável no dia anterior, permanecendo abaixo de R$ 3,12
Às 14h29, o dólar recuava 0,17%, a R$ 3,1249 na venda, depois de fechar na véspera com leve alta de 0,08%, a R$ 3,1197.
Mais uma vez, o Banco Central não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio.
Ainda no cenário externo, as preocupações sobre as eleições na França e na Alemanha também seguem sob as atenções do mercado. Internamente o mercado permanece de olho no cenário político, enquanto a perspectiva de ingresso de dólares no país por causa de captações de empresas continua limitando movimentos de alta do dólar em relação ao real.
"O mercado está monitorando o noticiário, mas tem tentado não se deixar contaminar pelas informações negativas, ajudado ainda pelos ingressos e expectativa de ainda mais fluxo", destacou o sócio da Omnix Corretora Vanderlei Muniz à Reuters.
De olho em TrumpOs investidores aguardam impacientemente detalhes sobre as promessas de campanha de Trump para impulsionar a economia dos EUA com estímulo fiscal em grande escala por meio de gastos adicionais e cortes de impostos, destaca a Reuters.
Trump disse que sua administração vai anunciar "algo fenomenal em termos de impostos" nas "próximas duas ou três semanas", durante uma reunião com executivos de companhias aéreas nesta quinta-feira.
"Tem sido uma alta ampla do dólar impulsionada pelas manchetes de que Trump planeja anunciar algo fenomenal sobre impostos nas próximas semanas, nas palavras dele", disse à Reuters a diretora executiva da BK Asset Management, Kathy Lien.
"Esse foi realmente o ponto crucial da alta do dólar pouco depois da eleição e eu acho que os investidores estão ficando realmente animados com isso novamente."
O dólar avançou mais de 5% em relação a várias moedas nas seis semanas após a eleição de Trump, mas está em tendência de baixa desde o início do ano já que o presidente norte-americano tem se focado mais no comércio e na imigração do que no estímulo fiscal.
Além disso, os investidores continuavam de olho nas eleições na Europa, sobretudo na França, com o risco de a candidatura de Marine Le Pen, de extrema-direita, sair vitoriosa no pleito para Presidência do país.
Cenário internoInternamente, o cenário político trouxe novidades cujos desdobramentos estavam no radar dos agentes, com destaque para o fato de a Polícia Federal ter concluído inquérito que investigou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no âmbito da operação Lava Jato e apontou indícios de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O temor no mercado era de que, com isso, votações de importantes projetos ao governo sejam atrapalhadas, como a reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem.
"Essas questões geram apreensão mas, por ora, o contexto geral de Brasil está melhor e dá segurança para o investidor aportar aqui", avaliou o economista-chefe da gestora Infinity Asset, Jason Vieira.
A perspectiva de entrada de mais recursos externos, depois de várias captações de empresas no país terem saído do papel, ajudava a evitar altas mais consistentes do dólar frente ao real.
VésperaO dólar fechou praticamente estável nesta quarta-feira (8), permanecendo abaixo de R$ 3,12 e acompanhando o cenário externo, onde os investidores reagiam às incertezas com a política econômica do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 0,08% na venda, depois de bater R$ 3,1302 na máxima do dia, segundo a Reuters.
No acumulado dos quatro últimos pregões, o dólar registrou apenas ligeira baixa de 0,07% ante a moeda brasileira.
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