Economia

2017 deve ser ruim, mas menos pessimista na economia, diz especialista

Produto Interno Bruto deve encolher no próximo ano

31/12/2016 10h00
2017 deve ser ruim, mas menos pessimista na economia, diz especialista
Reprodução - Foto: Assessoria

Inflação elevada, juros estratosféricos, queda nos investimentos privados e governamentais, desemprego nas alturas, empresas e famílias sem conseguirem honrar com os compromissos financeiros, falências e readequação nos negócios. Estas são algumas das situações vivenciadas no ano de 2016 entre os brasileiros.

Segundo dados do IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 2015, que é a soma de todos os produtos e serviços produzidos no território brasileiro, retraiu 3,8% quando comparado com 2014, sendo a maior queda em 25 anos.

Para este ano que está terminando, segundo o economista Rômulo Sales, a previsão é de que a economia encolha 3,49%. “A inflação já demonstra sinais de enfraquecimento e dirigindo-se para o teto da meta, 6,5% a.a., muito em virtude da queda no preço dos alimentos (melhoria na safra agora no final do ano), da manutenção da taxa de juros (Selic) elevada e devido ao próprio encolhimento da economia que faz a inflação ser menos persistente”.

De acordo com ele, em 2017, porém, a expectativa ainda não é boa, mas sim menos pessimista. Segundo dados do relatório Focus, há um mês a expectativa era que a economia crescesse 0,98%, atualmente espera-se que a economia cresça apenas 0,5%. “O que isso significa? Que as empresas continuarão com capacidade ociosa, produzindo essencialmente o necessário, que vão dar prioridade para baixar estoques e contratar só em último caso”.

Sales acredita que as medidas microeconômicas adotadas pelo Governo Federal no apagar das luzes de 2016 são mais um pequeno estimulador dos ânimos e para dar uma sensação de alívio do que uma solução para os problemas da economia em si. Ele citou como exemplo, a “minirreforma trabalhista”, como está sendo chamada para minimizar os impactos negativos de tais medidas, que na sua visão, não tem efeito nenhum no sentido de estimular a retomada das contratações. “O empresário só volta a contratar com o aumento dos investimentos, e o aumento dos investimentos se dá com redução na taxa de juros, atualmente em 13,75% a.a. Se os juros não caírem, ninguém investe e ninguém contrata”.

Ainda no campo das medidas microeconômicas, o economista concorda, e pensa ser extremamente positivo, a liberação do saque de contas inativas do FGTS. De acordo com ele, as famílias, principalmente as desempregadas, conseguirão dar um destino melhor ao dinheiro que está parado rendendo ‘ridículos’ 3% a.a.

“Por isso aconselho a quem tiver direito ao saque que não desperdice essa rara oportunidade. Colocando na Caderneta de Poupança consegue-se dobrar esse rendimento. Há também expectativas de queda pela metade dos juros cobrados no rotativo do cartão de crédito que, apesar de ficar na casa dos 200% a.a. (ainda absurdamente extorsivo) já dá um alívio para quem está devendo nessa modalidade, uma das mais caras do país, perdendo apenas para o cheque especial”, reforça.

Ainda assim, o economista diz que no cenário macroeconômico, predomina muita incerteza no ambiente político e, combinado com as medidas de austeridade fiscal, como a PEC do teto dos gastos, a economia ainda deverá continuar se rastejando por um longo tempo.

“Diferentemente do que é amplamente divulgado por aqueles que defendem limite para os gastos do governo, o tratamento que damos ao orçamento doméstico – corte de gastos para equilibrar o orçamento -, não é nada similar com o orçamento público. Em épocas de recessão econômica, como a que estamos vivendo agora, o governo deve sim intensificar os gastos para estimular a demanda doméstica”, ressaltou.

Para Rômulo Sales, o setor privado não investe devido às incertezas e os juros elevados. E o governo também não, com as medidas de restrição dos gastos.

Setor do comércio tem previsões acanhadas para o próximo ano

O consultor de economia da Federação do Comércio do Estado de Alagoas (Fecomércio), Fellipe Rocha, explicou que o setor tem previsão de crescer timidamente, em decorrência do estimado para a economia do país ser estimado 0.6% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2017. O que demonstra para ele uma estagnação na economia, as pessoas dentro do quadro de desemprego elevam e preocupam no sentido do consumo de mercadorias e de serviços que depende da renda deles.

“Não é milagre, tem que se trabalhar para conseguir consumir, as pessoas que estão mantendo seus empregos estão cada vez mais incertas e com medo do possível desemprego, e se tornam mais tímidos ao irem ao mercado ou utilizar o cartão de crédito. Isso é péssimo. A instabilidade no emprego no Brasil está extremamente alta ainda e as pessoas quando compram é porque precisam e, quando ocorre, pensam muito. Esperamos que o Natal deste ano seja de 1% ou 1,2% melhor que o do ano anterior e que 2017 se houver um crescimento de 1% nas vendas do comércio já vai ser otimista e bastante significativo”, explicou.

Fellipe Rocha disse ainda que o setor do comércio está revisando as suas expectativas e colocado metas mais realistas para os funcionários até para tentar mantê-los, reduzido preços e ofertado descontos, porque na visão dele, esta é a única saída que os empresários têm para atrair os seus clientes. Ele exemplificou o período do Natal, que não é comum oferecer descontos, assim como o setor de serviço, como em academias, que vem revisando seus pacotes baixando valores em 25% para manter e fidelizar os clientes.

De acordo com o presidente da Aliança Comercial de Maceió, Guido Júnior, 2016 foi um ano difícil, mas que houve uma recuperação a partir do meio do ano. “Apesar de 2016 ter sido um ano difícil, conseguimos melhorar as nossas vendas do varejo a partir de junho, com um pique maior entre os meses de novembro e dezembro”. Ainda para o presidente, a expectativa para 2017 é de que haja um crescimento a partir de meados do ano, ou seja, a partir de julho.

Alagoas espera receber 500 mil visitantes

A diversificação da oferta turística é uma das principais vertentes do trabalho do Governo de Alagoas. Para esta alta temporada, a expectativa da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur) é a de que Alagoas deve receber 500 mil visitantes. De acordo com a secretaria, os números são positivos. “São frutos de diversas ações da pasta, pautadas na interiorização e diversificação do turismo, divulgando regiões como Caminhos do São Francisco e Quilombos, que são de uma riqueza cultural inquestionável e despertam interesse nos visitantes.”

Dentre as principais ações, destaca-se o trabalho de promoção dos destinos em feiras nacionais e internacionais; Press trips com jornalistas, blogueiros e influenciadores que divulgam o destino por meio das mídias digitais; O trabalho de sinalização turística das regiões; Realização de festivais, como o Festival Gastronômico Quilombola, que celebrou, em novembro, o mês da Consciência Negra, e campanhas como Alagoas Te faz Feliz, que foi apresentada nas principais feiras de turismo do Brasil e divulgou os atrativos do Estado por todo o país, além de ter sido também apresentada em eventos internacionais, como a Feira Internacional de Turismo de Gramado (Festuris) e a Feira Internacional de Turismo (FIT) da América Latina.

O lançamento do aplicativo Turismo Alagoas foi uma das ações da campanha. Através dele, é possível acessar os horários de funcionamento de bares e restaurantes, as localizações de hotéis e pousadas e descobrir como chegar até os pontos turísticos, além de informações sobre o artesanato. Com design intuitivo, a ferramenta também traz detalhes sobre a história e os atrativos do estado e estará disponível para download nas lojas virtuais dos sistemas IOS e Android.