Economia
Alagoas tem maior taxa de desocupação em quatro anos, segundo Pnad
Maior nível de ocupação em Alagoas foi registrado em 2014, de outubro a dezembro, quando o Estado teve 46,3%
O número de pessoas desocupadas em Alagoas aumentou no terceiro trimestre deste ano chegando ao maior número já registrado desde do início da pesquisa em 2012, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgados no dia 22 de novembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice ficou em 14,8% de julho a setembro de 2016.
A taxa de desocupação da capital alagoana também subiu neste terceiro trimestre. O índice que no mesmo período do ano anterior era de 12%, aumentou para 14,4%.
A pesquisa da Pnad trabalha com a inserção da população no mercado de trabalho, que leva em consideração pessoas de 14 anos ou mais de idade. Os números são divulgados ao final de cada trimestre.
Os dados revelaram ainda que o nível de ocupação em Alagoas diminuiu, deixando o Estado com índice de 41,8% no trimestre, o menor nível de toda a série histórica no estado já registrado pela Pnad.
O maior nível de ocupação em Alagoas foi registrado em 2014, de outubro a dezembro, quando o Estado teve 46,3%.
Em todo o país, esse indicador ficou em 16,5%, sendo 4,8 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas e 12 milhões de desocupados. No trimestre anterior, a taxa foi de 16% e no terceiro trimestre de 2015, de 14,4%.
O IBGE estima que 14,5% sejam relativos aos homens e 19,2% para as mulheres.
Na análise por idade, a taxa ficou em 46,6% para a faixa 14 a 17 anos, 32,1% para os jovens de 18 a 24 anos, 15,8% para o grupo de 25 a 39 e 11,1% para as pessoas 40 a 59 anos.
“A força de trabalho subutilizada que a gente tem hoje vai afetar principalmente as mulheres e os jovens. As mulheres, principalmente por características já conhecidas de dificuldades para se inserir no mercado de trabalho. Já a população jovem que acaba enfrentando barreiras do tipo qualificação, formação e falta de experiência”, afirmou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Renda do IBGE.
Nordeste apresenta taxa mais alta
A região que mostrou a maior taxa de desocupados foi a Nordeste (22,9%) e a que registrou a menor foi a região Sul (10,7%). Entre os estados, os maiores índices partiram da Bahia (26,2%), de Sergipe (23,7%), do Piauí e da Paraíba (ambos com 22,9%). Por outro lado, tiveram as menores taxas Santa Catarina (8%), Mato Grosso (10,6%) e Paraná (11,4%).
De acordo com o IBGE, as pessoas subocupadas, são aquelas que ocupam o quadro daquelas ocupadas, e que trabalham por insuficiência de horas. Ou seja, trabalham menos de 40 horas semanais, porém gostariam de trabalhar um período maior.
SUBUTILIZAÇÃO
A taxa composta da subutilização da força de trabalho em Alagoas, ficou em 31,7% no terceiro trimestre deste ano. O dado também faz parte da pesquisa realizada pela Pnad.
Em todo o Brasil, a maior taxa da subutilização da força de trabalho foi observada no Nordeste (31,4%), e a menor na região Sul (13,2%). Os estados que registraram as maiores taxas foram Bahia (34,1%), Piauí (32,6%) e Maranhão e Sergipe (ambos com 31,9%). E as menores estão, Santa Catarina (9,7%), Mato Grosso (13,2%) e Paraná (14,2%).
IPEA
Levantamento do Ipea mostra queda dos ocupados por conta própria neste ano. Segundo o Instituto, até o primeiro semestre de 2016, o aumento do desemprego foi atenuado porque muitas pessoas que perderam emprego se tornaram trabalhadores por conta própria.
A análise de transições no mercado de trabalho revela, contudo, que a tendência se reverteu no terceiro trimestre de 2016. O movimento foi acompanhado de uma queda na taxa de atividade.
As condições do mercado de trabalho permaneceram em uma trajetória de deterioração no terceiro trimestre de 2016.
A taxa de desemprego alcançou 11,8%, 2,9 pontos percentuais acima do observado no mesmo período do ano anterior. Análise feita pelo Ipea da taxa de desemprego por meio da comparação interanual mostra que a crise continua afetando mais gravemente os grupos que tendem a ter desemprego mais elevado.
O setor populacional mais atingido pelo desemprego são os jovens entre 14 e 24 anos, cuja taxa de desemprego atingiu 27,7%, e os trabalhadores com ensino médio incompleto (21,4%).
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