Economia

Recessão: 2016 deve ser primeiro ano de queda na oferta de crédito bancário

Expectativa da autoridade monetária é de um recuo de 3% no saldo total do crédito ofertado pelos bancos neste ano, e alta de 2% em 2017

Por G1 23/12/2016 17h48
Recessão: 2016 deve ser primeiro ano de queda na oferta de crédito bancário
Reprodução - Foto: Assessoria
Em mais um ano marcado por forte recessão e aumento do desemprego, o saldo total do crédito bancário deverá registrar o primeiro recuo da história, com uma queda de 3%, segundo estimativa divulgada nesta sexta-feira (23) pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel. A série histórica da autoridade monetária começou em 1988.

No acumulado deste ano, até novembro, houve uma diminuição de 3,6% no crédito bancário, para R$ 3,1 trilhões, contra R$ 3,21 trilhões no fechamento de 2015.

De acordo com o BC, as operações com pessoas físicas totalizaram R$ 1,5 trilhão no mês passado, com alta de 2,5% na parcial do ano, ao mesmo tempo em que o saldo do crédito total das empresas totalizou R$ 1,5 trilhão – mas com queda de 9% frente ao final do ano passado.

Com a retomada do crescimento esperada para o ano que vem, em um cenário de queda dos juros básicos da economia brasileira (conforme estimativa do mercado financeiro), a previsão do Banco Central é de que o crédito bancário voltará a crescer no próximo ano.

A previsão da autoridade monetária é de um crescimento de 2% no estoque total do crédito ofertado pelos bancos no ano que vem, sendo que o saldo dos bancos públicos deve avançar 3%, o dos privados deve subir 1% e dos estrangeiros devem ter uma alta de 2%.

Na proporção com o Produto Interno Bruto (PIB), porém, a previsão do BC é de recuo tanto em 2016 quanto em 2017. No fim de 2015, o estoque do crédito bancário somava 53,7%. A expectativa da autoridade monetária, para o fim deste ano, é de que o estoque represente 49% do PIB, e que caia para 48% do PIB no fechamento de 2017.

"Uma queda do crédito PIB vem em linha com processo de desalavancagem [redução das dívidas] em curso tanto das famílias quanto das empresas", declarou Maciel, do BC.