Economia
Dólar opera em queda nesta terça, com PEC do teto dos gastos e ação do BC
No mês de dezembro, a moeda acumula queda de R$ 3,38. No ano, perde 15,8%
O dólar opera em queda nesta terça-feira (13), de olho na votação da proposta que estabelece um teto para o crescimento dos gastos em segundo turno pelo Senado, e à espera do desfecho do encontro de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), na quarta-feira.Às 16h08, a moeda norte-americana caía 0,54%, vendida a R$ 3,3272. Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 3,3658.
Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h10, estável, a R$ 3,3454Às 9h20, alta de 0,27%, a R$ 3,3547Às 9h40, alta de 0,53%, a R$ 3,3635Às 10h49, queda de 0,1%, a R$ 3,342Às 11h10, queda de 0,46%, a R$ 3,3298Às 12h29, queda de 0,24%, a R$ 3,3376Às 13h20, queda de 0,73%, a R$ 3,3212Às 13h50, queda de 0,4%, a R$ 3,3221Na véspera, a moeda caiu pela sexta sessão consecutiva em relação ao real e fechou abaixo de R$ 3,35 - queda de 0,81%, a R$ 3,3455, acumulando perda de 3,66% em pregões anteriores. No mês de dezembro, a moeda acumula queda de R$ 3,38. No ano, perde 15,8%.
O mercado monitora a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limita os gastos do governo, de olho no número de votos favoráveis que a medida terá no Senado. "É importante que o governo sustente o placar de votos do primeiro turno", comentou o diretor de operações da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer, à Reuters.
O Senado aprovou a medida em meio a fortes turbulências políticas que atingiram o governo do presidente Michel Temer. "Depois da turbulência política dos últimos dias, o mercado quer ver se o governo ainda goza de base firme que pode dar andamento a outras medidas, como a reforma da Previdência", comentou um operador da mesa de câmbio de uma corretora nacional.
O cenário político estava mais sensível após o vazamento da delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Claudio Melo Filho, que citou recursos repassados a líderes peemedebistas, incluindo Temer, o ministro Eliseu Padilha, o secretário Moreira Franco, entre outros.
Atuação do BCA alta do dólar frente ao real nesta sessão era contida pelo leilão de venda de dólares com compromisso de recompra anunciado pelo Banco Central, de até US$ 4,2 bilhões para rolagem dos contratos já existentes.
Entenda: swap cambial, leilão de linha e venda direta de dólares
"Pode-se ler essa antecipação (da rolagem) como uma forma de prover hedge/liquidez ao mercado em um dia de cautela e tensão com a questão do ajuste fiscal nacional em fase crítica", comentou a corretora H.Commcor em relatório a clientes, segundo a Reuters.
Normalmente, o BC anuncia leilões de linha para rolagem no final do mês. A autoridade monetária encerrou na véspera a rolagem dos swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- de janeiro, de US$ 5 bilhões. O próximo lote vence em 1º de fevereiro, correspondente a US$ 6,431 bilhões. No total, o estoque total de swaps tradicionais está em torno de US$ 26,6 bilhões, segundo dados do BC.
Cenário externoO mercado também trabalhava sob a expectativa da reunião do Federal Reserve (BC dos EUA) na quarta-feira, com ampla expectativa de que os juros voltarão a subir. Agora, os investidores querem saber se o banco central norte-americano passará a promover aumentos maiores nas taxas após a eleição de Donald Trump à presidência do país.
Há temores de que sua política econômica seja inflacionária, o que obrigaria o Fed a ser mais agressivo em sua política de juros. No exterior, o dólar subia ante outras divisas de países emergentes, como os peso mexicano e o rand sul-africano, segundo a Reuters.
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