Economia
Bovespa vira e passa a subir com alta da Petrobras e bancos
Na véspera, Ibovespa recuou 3,88%, a 59.506 pontos, maior queda diária desde 2 de fevereiro
O principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo passou a subir no início da tarde desta sexta-feira (2), após recuar pela manhã, com a recuperação das ações de bancos e da Petrobras. Mais cedo, a bolsa caía em meio a tensões com o cenário político e o exterior menos favorável à tomada de risco. Às 16h06, o Ibovespa subia 0,82%, a 59.991 pontos.
As ações da Braskem saltavam mais de 12% e lideravam os ganhos do Ibovespa, repercutindo a informação de que a empresa espera celebrar acordo de leniência com autoridades no Brasil e Estados Unidos compreendendo todos os fatos que envolveram a petroquímica no âmbito da Lava Jato.
Petrobras em alta
As ações preferenciais (com prioridade na distribuição de dividendos) da Petrobras passaram a subir em torno de 1% nesta tarde, após caírem pela manhã. As ordinárias (com direito a voto) também subiam quase 1%.Nesta manhã, o presidente da estatal, Pedro Parente, disse que é preciso olhar “com muito cuidado” o acordo da Opep para corte da produção e que os produtores de petróleo não convencional nos EUA podem aumentar a extração na esteira do acordo.
"A sustentação desses novos níveis [de preço mais alto do petróleo] depende muito da produção de shale oil and gas [petróleo e gás de xisto]. Isso pode, na realidade, atrair mais produção de shale e trazer de volta os preços para o nível entre US$ 40 e US$ 50”, afirmou.
As ações da Vale também mudaram de direção, passando a subir após recuarem mais cedo, pressionadas pelo mau humor geral do mercado e com os preços do minério de ferro na China mostrando leve alta, segundo a Reuters. Os papéis dos principais bancos – Itaú Unibanco e Bradesco – também passaram a subir, após recuarem mais cedo.
Cenário político
O campo político segue conturbado, em meio a uma série de acontecimentos que incluem a aprovação de texto desconfigurado na Câmara dos Deputados de medidas contra corrupção, apenas dias após uma crise culminar em nova baixa na equipe do presidente Michel Temer.
Segundo a Reuters, toda essa inquietação política coloca dúvidas sobre o ritmo de avanço no Congresso Nacional de medidas consideradas cruciais para a recuperação da economia.
Somando-se às preocupações, está o acordo de leniência da Odebrecht assinado com os procuradores da operação Lava Jato na véspera, no qual a empresa aceitou pagar multa de R$ 6,7 bilhões, por receios que o acordo possa envolver a citação de políticos e complicar ainda mais o já tumultuado cenário.
No exterior, a última sessão da semana era marcada por aversão a risco, com queda no petróleo e as bolsas norte-americanas sinalizando uma abertura em baixa.Véspera
Na véspera, a Bovespa encerrou o primeiro pregão de dezembro com queda de quase 4%, abaixo dos 60 mil pontos, com o cenário político doméstico e receios com notícias sobre acordo de leniência da Odebrecht.
O Ibovespa caiu 3,88%, a 59.506 pontos, menor patamar de fechamento desde 11 de novembro e a maior queda diária desde 2 de fevereiro (-4,87%).
No mês de novembro, a Bovespa acumulou queda de 4,65%, a primeira perda mensal desde maio, quando caiu 10%. Mesmo com a queda de quinta, a bolsa ainda acumula ganhos de mais de 37% no ano.
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