Economia
Dólar sobe mais de 2% nesta quinta e atinge maior cotação desde junho
Moeda iniciou dezembro com avanço de 2,39% frente ao real, a R$ 3,4685, em meio ao cenário político conturbado e incertezas sobre exterior
O dólar fechou o primeiro dia de dezembro em forte alta. A moeda subiu mais de 2% nesta quinta-feira (1), pressionada pelo cenário político conturbado e por incertezas no cenário externo, após subir 6,18% em novembro, a maior alta mensal desde setembro de 2015.
A moeda dos Estados Unidos avançou 2,39% em relação ao real, cotada a R$ 3,4685 para venda.
É a maior cotação desde o dia 16 de junho, quando o dólar alcançou R$ 3,4700.
Na semana, o dólar acumula valorização de 2,47% até esta quinta-feira. No ano, ainda perde 12,1%.
Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h20, alta de 0,17%, a R$ 3,393Às 9h59, alta de 0,62%, a R$ 3,408Às 11h, alta de 1,6%, a R$ 3,4416Às 12h, alta de 1,12%, a R$ 3,4253Às 13h, alta de 1,97%, a R$ 3,4539Às 15h09, alta de 2,66%, a R$ 3,4775Às 15h59, alta de 2,63%, a R$ 3,4763"O cenário político está conturbado, o que pressiona a moeda (norte-americana)", resumiu à Reuters o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.
Ele se referia à manobra frustrada do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de tentar aprovar com urgência o texto desfigurado das 10 medidas anticorrupção e que receberam críticas do Ministério Público. Renan será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, por crime de falsidade ideológica, uso de documento falso e peculato.
A situação política mais sensível preocupa os investidores porque pode atrapalhar a votação de medidas econômicas no Congresso Nacional, como a reforma da Previdência.
Cenário externo
Outro fator de atenção é a reunião neste mês do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, para definir o rumo da taxa de juros no país. Há amplas expectativas no mercado de que a taxa será elevada apíos longo período de expectativas.
Investidores buscam pistas que revelem mais detalhes da política que será adotada pelo Fed, sobretudo após a eleição de Donald Trump à presidência,. O mercado aposta que ele pode adotar uma política econômica inflacionária e pressionar o Fed por mais altas de juros.
O mercado monitora o rumo dos juros nos EUA porque taxas mais altas no país podem atrair recursos aplicados atualmente em outros mercados, motivando assim uma tendência de alta do dólar em relação a moedas emergentes como o real.
Uma pesquisa da Reuters mostrou que a incerteza sobre o futuro do câmbio no Brasil e na América Latina disparou após a eleição de Trump para a Casa Branca, com chances de mais valorização do dólar nos próximos meses.
Sem intervenção do BC
O movimento de alta do dólar reforçou a cautela do mercado por alguma intervenção do Banco Central brasileiro no mercado de câmbio. Mas, mais uma vez, o BC não anunciou qualquer movimento de controle da moeda.
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