A Bovespa fechou em queda nesta quinta-feira (24), em dia marcado por poucos negócios e cautela em meio ao feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos. O Ibovespa, principal indicador da bolsa, caiu 0,95%, a 61.395 pontos.

Em 4 pregões, a Bovespa acumulou alta de 2,39%. Em novembro, no entanto, há queda de 5,44%. No ano, a Bovespa tem alta acumulada de 41,63%.

Segundo profissionais do mercado disseram à Reuters, a turbulência política no Brasil também pesou nos negócios.

Para Ariovaldo dos Santos, gerente na Hencorp Commcor, a cautela deve persistir na sexta-feira, à medida que investidores aguardam desdobramentos de delações envolvendo o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.

Destaques

As ações de bancos e siderúrgicas foram destaques negativos, assim como Vale e Petrobras. Ações de educação também se sobressaíram entre as baixas, influenciadas por preocupações com a continuidade do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

A Petrobras caiu 1,7% nas ações preferenciais (com preferência na distribuição de dividendos) e 1,35% nas ordinárias (com direito a voto em assembleias da empresa), apesar da estabilidade dos preços internacionais do petróleo, segundo a Reuters. O Brent fechou em alta de 0,05%, ante incertezas sobre o plano da Opep para congelamento da produção.

A Vale fechou em queda de 1,79% na ação preferencial, enquanto o papel ordinário recuou 2,06%, na contramão dos preços do minério de ferro na China, que atingiram a máxima em quase três anos.

A ação da Kroton perdeu 1,77%, e Estácio cedeu 0,55%, pressionadas por preocupações sobre a sustentabilidade do Fundo Financiamento Estudantil (Fies), após o Tribunal de Contas da União (TCU) pediu aos gestores do programa explicações sobre o período de 2010 a 2015.

Cenário interno

O Banco Central informou que inadimplência no segmento de recursos livres seguiu estável em 5,9% em outubro, enquanto o estoque total de crédito no país caiu 0,5%, refletindo a cautela de bancos em financiar e a dos consumidores em tomar empréstimos.

Segundo a Reuters, operadores também citaram expectativa para a próxima reunião de política monetária do Banco Central na semana que vem. De acordo com esses profissionais, um novo corte na taxa básica de juro pode impulsionar setores que mais sofreram com a crise e a restrição de crédito, entre eles o de construção e varejo.

Na área política, o Senado aprovou na noite de quarta-feira projeto de lei que reabre o prazo para a repatriação de recursos mantidos no exterior.