Economia
Mesmo com mais estudo, mulheres ganham menos do que homens
Especialista diz que "mulheres fizeram a parte delas, mas isso não reverteu na economia"
Recente estudo feito pelo Fórum Econômico Mundial e publicado no Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2016 mostra que, mesmo estudando mais, a situação das mulheres não melhorou na política e na economia.
A cientista política Débora Thomé explica que “as mulheres fizeram a parte delas, mas isso não reverteu na economia e na política”.
Segundo ela, a média de participação das mulheres nestas áreas é de 10% e que é possível observar a falta de representatividade delas na política olhando a Câmara dos Vereadores, por exemplo, ou checando quantas mulheres foram eleitas prefeitas este ano.
A especialista diz que existe uma “dificuldade de entrada incrível” nesta área e que, nem as cotas, as mulheres conseguem mudar este quadro.
— Ter poder político não é ter poder por ter poder. Você pode fazer regras que ajudem a diminuir essa desigualdade.
Além disso, Débora destaca o fato de a mulher ter uma tripla jornada por ter que trabalhar fora, cuidar dos filhos e da casa. "Em qualquer faixa de anos de estudo que você olhe, as mulheres trabalham muito mais nos afazeres domésticos", diz ela.
Isso, segundo a especialista, significa que a mulher vai se esforçar muito mais para realizar seus trabalhos do que um homem e vai sacrificar uma parte de sua vida pessoal ou profissional. Isso acontece porque, geralmente, é a mulher que sai mais cedo do trabalho para cuidar de um filho doente, por exemplo.
Outro fator destacado pela especialista é que as empresas ainda entendem que a mulher não precisa de um salário tão grande porque ela tem um homem como "provedor da casa", mas que essa não é uma "percepção racional".
— Não é uma coisa economicamente racional, é uma coisa brotada de estigmas.
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