Economia

Dólar segue exterior, tem nova alta e volta a R$ 3,15

Em duas sessões, dólar avançou 1,58%

Por G1 27/10/2016 20h49
Dólar segue exterior, tem nova alta e volta a R$ 3,15
Reprodução - Foto: Assessoria

O dólar fechou em alta ante o real pelo segundio dia consecutivo nesta quinta-feira (27), em linha com a valorização da moeda norte-americana sobre outras divisas emergentes e com algum fluxo maior de compra diante aproveitando os níveis recentes de cotações mais baixas, destaca a agência Reuters.

A moeda norte-americana subiu 0,42%, vendida a R$ 3,1555, acumulando em duas sessões valorização de 1,58%.

Na mínima do dia, marcou R$ 3,1282 e, na máxima, R$ 3,1629, segundo a Reuters.

Na parcial do mês, o dólar acumula queda de 3% ante o real. No ano, o recuo é de 20%.

Acompanhe a cotação ao longo do dia:

Às 9h10, alta de 0,13%, a R$ 3,1466 Às 9h49, alta de 0,03%, a R$ 3,1433 Às 10h59, queda de 0,33%, a R$ 3,1319 Às 12h09, alta de 0,08%, a R$ 3,1449 Às 12h49, alta de 0,38%, a R$ 3,1545 Às 13h10, alta de 0,51%, a R$ 3,1584 Às 14h10, alta de 0,26%, a R$ 3,1505Às 14h50, alta de 0,47%, a R$ 3,1572Às 15h30, alta de 0,27%, a R$ 3,1508 Às 16h40, alta de 0,42%, a R$ 3,15558

Repatriação de recursos

Nos últimos dias, o câmbio passou a ser pressionado pela expectativa de maior ingresso de fluxo de recursos do exterior.

"Houve fluxo de repatriação, mas vimos também investidores antecipando operações de remessas (para o exterior)", disse à Reuters o sócio da Omnix Corretora, Vanderlei Muniz, acrescentando que a cotação baixa do dólar atraiu essas operações. O dólar chegou a fechar na casa de R$ 3,10 na terça-feira.

O prazo para regularização de recursos de brasileiros no exterior termina no próximo dia 31 de outubro. A Receita Federal informou que a arrecadação com multa e imposto no âmbito do programa chegou a R$ 40,1 bilhões até o início da manhã desta quinta-feira.

Na véspera, o Banco Central decidiu ampliar o horário de encerramento do registro de operações de câmbio das 19h para as 23h entre os dias 26 e 31 de outubro. A medida visa facilitar a adesão de contribuintes ao programa de repatriação, que permite aos brasileiros regularizar bens no exterior que não estão declarados à Receita Federal.

A expectativa de fortes entradas de recursos com a repatriação favoreceria, em tese, a desvalorização da moeda em relação ao real. Isso porque, com mais dólares no mercado, o preço tende a cair.

Também a favor da trajetória de baixa da moeda norte-americana, com poder para tranquilizar os investidores, estava a notícia de que o Supremo Tribunal Federal (STF) vetou na véspera a desaposentação. Caso contrário, elevaria os gastos anuais do governo em R$ 7,7 bilhões com a Previdência.

Cenário externo

Na ponta que pressionava as cotações do dólar para cima vinha o cenário externo, onde a moeda norte-americana subia ante divisas emergentes pela proximidade da reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, na próxima semana, e das eleições presidenciais, no dia 8 de novembro.

No exterior, o dólar subia frente a divisas como o peso mexicano e à lira turca, o que acabou puxando a moeda norte-americana frente ao real. O movimento foi influenciado pela alta dos rendimentos dos títulos do governo norte-americano, devido ao avanço dos títulos alemães e britânicos e também pelos dados de auxílio-desemprego dos Estados Unidos, que cederam.

Atuação do BC

O Banco Central fez nesta quinta leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra de dólares no futuro, com apenas dois vencimentos nesta manhã e vendeu o lote integral de 5 mil contratos. Com essa modalidade de leilão, o BC busca controlar uma possível desvalorização brusca do dólar.

A autoridade monetária deixou de ofertar swaps para 1º de novembro, após informar que não anularia os swaps tradicionais - equivalentes à venda futura de dólares - para esta data por conta da expectativa de forte entrada de recursos nestes dias com a regularização de ativos. Nessa modalidade de leilão, o BC busca controlar uma alta intensa da moeda norte-americana.