Economia
Bovespa fecha quase estável em dia de tombo das ações da JBS
Ações da JBS caíram 11,45% após cancelar planos para reorganização
O principal índice da Bovespa fechou quase estável nesta quarta-feira (26), em dia marcado pela forte queda da JBS após o cancelamento de planos para uma reorganização societária do grupo, que previa a criação de uma holding que agruparia os negócios internacionais da empresa.
O Ibovespa recuou 0,06%, a 63.825 pontos.
Destaques do dia
A ação da JBS, maior processadora de carne bovina do mundo e dona das marcas Friboi e Seara, caiu 11,45%, após ter chegado a cair mais de 20% durante a sessão. Segundo a BM&F Bovespa, os papéis da JBS foram submetidos a leilão duas vezes nesta quarta por causa da forte oscilação.
A companhia anunciou que cancelou os planos para promover uma reorganização societária após recusa do BNDES. O BNDESPAr (braço de participações do banco) detém 20,36% das ações da JBS.
Natura caía mais de 4%, após a renúncia do diretor-presidente da companhia, Roberto Lima.
As preferenciais da Vale e Petrobras fecharam em alta de 1,86% e 0,56%, respectivamente, o que contribuiu para atenuar a queda do Ibovespa.
Telefônica liderou as altas do dia com valorização de 3,54%.
Cenário local e externo
O cenário externo também corroborava o viés negativo do pregão, com Wall Street operando no vermelho sob pressão da Apple, após resultado trimestral, e da queda nos preços do petróleo.
Localmente, a Câmara dos Deputados aprovou em segundo turno a PEC que limita o crescimento dos gastos públicos, com 359 votos favoráveis.
Analistas destacam que o placar abaixo da votação em primeiro turno, quando o texto-base teve 366 votos favoráveis, acende a luz amarela para o governo do presidente Michel Temer, destaca a Reuters. "(O governo) conseguiu menos votos que o primeiro turno e a preocupação decorre da possibilidade de mais dificuldade na tramitação da reforma previdenciária", escreveram analistas da Lerosa Investimentos em relatório.
Últimos pregões
No ano, o Ibovespa acumula valorização de mais de 47%. Somente na parcial de outubro, os ganhos acumulados chegam a 9,35%. O índice encerrou na semana passada aos 64.108 pontos – o maior patamar de fechamento desde abril de 2012 (64.284 pontos).
Segundo analistas de mercado, apesar das últimas quedas, o viés ainda é de alta e há espaço para a bolsa continuar subindo nos próximos meses em meio a um maior otimismo com a condução da política econômica e aposta de investidores de que o governo conseguirá aprovas no Congresso medidas fiscais como a PEC 241 e levar adiante a sua agenda de reformas.
Dos 58 papéis que compõem o Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira, apenas 6 registram perdas no ano, até o fechamento de segunda-feira (24), segundo levantamento da provedora de informações financeiras Economatica. Na outra ponta, 7 papéis acumulam alta de mais de 100% no ano. Confira as maiores altas e maiores quedas no ano na Bovespa.
A bolsa brasileira acumula 3 anos seguidos de perdas. Em 2015, a Bovespa foi o pior investimento do ano, com perda de 13,31%. Em 2014 e 2013, o Ibovespa também acumulou baixas, de 2,91% e de 15,5%, respectivamente.
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