Economia

Rombo nas contas externas é o menor para setembro em 9 anos

No acumulado do ano, rombo foi de US$ 13,58 bilhões, o menor em 7 anos

Por G1 25/10/2016 19h52
Rombo nas contas externas é o menor para setembro em 9 anos
Reprodução - Foto: Assessoria

O déficit em transações correntes somou US$ 465 milhões em setembro, informou o Banco Central nesta terça-feira (25). Trata-se do menor rombo para o mês desde 2007. Em setembro do ano passado, o déficit foi de US$ 3,05 bilhões.

A conta de transações correntes é formada pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior). Trata-se de um dos principais indicadores do setor externo brasileiro.

Já no acumulado dos nove primeiros meses deste ano, o rombo das contas externas somou US$ 13,58 bilhões, o que representa uma queda de 72,4% frente ao mesmo período do ano passado, quando o déficit totalizou US$ 49,21 bilhões.

De acordo com BC, é o menor rombo para os nove primeiros meses do ano desde 2007 (+US$ 2,75 bilhões).

A principal explicação para a melhora nas contas externas neste ano é a recessão na economia brasileira, que provocou a redução da importação de produtos e serviços. Além disso, o dólar ficou relativamente alto na maior parte de 2016, o que encareceu importados e barateou as exportações brasileiras - contribuindo para melhorar o saldo da balança comercial.

Para todo este ano, o Banco Central estima um déficit em transações correntes de US$ 18 bilhões, o que, se confirmado, será o menor resultado negativo para um ano fechado desde 2007, quando foi registrado um superávit de US$ 408 milhões.

Investimento direto

O Banco Central informou ainda que os investimentos diretos na economia brasileira somaram US$ 5,23 bilhões em setembro - com queda frente ao mesmo mês do ano passado (US$ 6,03 bilhões).

Nos nove primeiros meses deste ano, por sua vez, os investimentos estrangeiros totalizaram US$ 46,35 bilhões. Nesse caso, também houve recuo frente ao mesmo período de 2015, quando os investimentos diretos somaram US$ 48,21 bilhões.

Apesar da queda, os investimentos diretos foram suficientes para cobrir o rombo das contas externas brasileiras no período, que foi de US$ 13,58 bilhões.

Para 2016, o Banco Central estima o ingresso de US$ 70 bilhões em investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira, valor menor que o registrado no ano passado (US$ 75 bilhões).

Entretanto, os investimentos continuariam suficientes para "financiar" em sua totalidade o déficit das contas externas do período – cuja estimativa do BC é de US$ 18 bilhões em 2016.

Componentes das contas externas

De janeiro a setembro deste ano, a balança comercial registrou um superávit de US$ 34,19 bilhões, contra um saldo positivo de US$ 8,93 bilhões nos nove primeiros meses de 2015, informou o Banco Central. A metodologia do BC é diferente da utilizada pelo Ministério do Desenvolvimento para o cálculo da balança.

Para todo este ano, o BC projeta um saldo positivo de US$ 49 bilhões para a balança comercial brasileira.

As contas de rendas (que inclui as remessas de lucros e dividendos) e de serviços, que também compõem as contas externas, tiveram evolução positiva. A conta de serviços abrange viagens de brasileiros ao exterior, seguros e aluguel de equipamentos, entre outros.

No caso das rendas primárias, o BC informou que houve um déficit de US$ 27,94 bilhões nos primeiros nove meses do ano, contra um resultado negativo de US$ 30,63 bilhões no mesmo período do ano passado. Para todo ano de 2016, a autoridade monetária estima um déficit de US$ 39,9 bilhões para as rendas primárias.

A conta de serviços, por sua vez, que engloba os gastos de brasileiros no exterior, registrou um déficit de US$ 21,94 bilhões de janeiro a setembro deste ano, contra um resultado negativo de US$ 29,28 bilhões no mesmo período de 2015. Para todo este ano, o BC projeta um déficit de US$ 29,9 bilhões nessa conta.