A Cooperativa de Catadoras e Catadores da Lagoa Mundaú (Coopmundaú) recebeu esta semana a cessão oficial de um terreno para construção da sua sede definitiva, solicitado à Prefeitura de Maceió há cerca de dois anos. O Decreto 9.939, assinado pelo prefeito JHC, foi publicado em edição extraordinária do Diário Oficial do Município no último dia 9, e concede permissão de uso da área pública por 10 anos.

O terreno pertence ao Município de Maceió e fica na Avenida Senador Rui Palmeira, Bairro Trapiche da Barra, Quadra 0581, na orla lagunar. A área possui 1.186,83 metros quadrados e fica ao lado da Escola Estadual Maria Rita Lyra de Almeida - o antigo CAIC Virgem dos Pobres.

No termo de permissão de uso consta que a manutenção da estrutura será providenciada e custeada pela cooperativa beneficiada. Já o Município fica obrigado a executar as intervenções urbanísticas para adequar a área, providenciar o fornecimento de iluminação e demais equipamentos públicos necessários.

A presidente da Coopmundaú, Jane Cleide do Nascimento, conta que os cooperados aguardavam ansiosos pela efetivação da cessão do terreno pela prefeitura.

A Coopmundaú foi constituída em fevereiro de 2022, mas a luta é mais antiga. Dois anos antes, o grupo se organizou, fundou uma associação e desde então funciona provisoriamente na sede do Ecoponto do Vergel.

A organização da cooperativa contou com o apoio da incubadora de Tecnologia Social da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade Federal de Alagoas (FEAC/UFAL), do Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu (CEASB), do Instituto para o Desenvolvimento das Alagoas (Ideal) e do Ministério Público do Trabalho. “O espaço no ecoponto é bem localizado, mas é pequeno para o armazenamento e triagem dos materiais recicláveis que recolhemos porta a porta, limitando a capacidade de trabalho", explica Jane Cleide.

A Coopmundaú é responsável pela coleta seletiva nos bairros lagunares e centrais de Maceió e faz parte do sistema de limpeza urbana da cidade.

NOVA LUTA

Um dia após a publicação no DOM, representantes da Coopmundaú, Ideal, Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) e da Autarquia Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Limpeza Urbana (Alurb), se reuniram no Ministério Público Estadual (MPE).Eles participaram de uma audiência com o promotor de Justiça Alberto Fonseca, que acompanha o processo, onde as catadoras receberam oficialmente a resolução da cessão. “Estamos muito felizes e agradecemos à prefeitura, à promotoria e a todos os parceiros que nos apoiaram. É uma conquista para nós, para todas as cooperativas e fortalece a luta pela dignidade da nossa profissão”, comenta Jane Cleide.

Também presente na reunião, a tesoureira da Coopmundaú, Maria do Socorro Alves, comentou sobre os novos passos. “Neste terreno, vamos poder construir um galpão espaçoso para trabalhar, porque os materiais recicláveis são muito volumosos. Agora, vamos iniciar uma nova luta, que é para conseguir recursos para fazer a obra", diz Maria do Socorro.