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Cooperativa Pindorama tem no surgo vertente para ampliar lucratividade

Por Assessoria 16/01/2024 10h34 - Atualizado em 16/01/2024 11h59
Cooperativa Pindorama tem no surgo vertente para ampliar lucratividade
Pindorama tem primeira usina flex do Norte-Nordeste do Brasil (cana-de-açúcar e milho) - Foto: Assessoria

Buscar soluções e vertentes para ampliar a lucratividade da empresa, gerando mais dividendos para associados e colaboradores, o que resulta em maior desenvolvimento para o estado e região. Esta é uma das principais filosofias da Cooperativa Pindorama.

E foi pensando nisso que a primeira usina flex do Norte-Nordeste do Brasil (cana-de-açúcar e milho) diversificou a matéria-prima para produção do etanol. Mais um cereal entrou no rol de opções: o sorgo.

O sorgo tem ganhado posição de destaque no setor agropecuário e bioenergético por ser produtivo e de fácil adaptação a diversos ambientes, além de ter grande utilidade para vários fins como silagem, rações animais, consumo humano e agora, também, na produção do etanol.

Como o milho é uma commodity, sofre muita influência em seu valor de mercado em ocasiões em que há escassez de produção (por conta de problemas climáticos, por exemplo). Atualmente, isso tem acontecido, tornando a produção do etanol a partir do milho muito onerosa, o que resulta em diminuição da margem de lucro da produção e acarreta em prejuízos para a indústria.

Assim sendo, a diretoria da Cooperativa enxegou no sorgo a solução para ampliação da margem de lucro na produção do etanol sempre que o milho estiver precificado acima de um limite cômodo.

De acordo com o químico José Valdo da Silva, coordenador de processos químicos da unidade de etanol de milho da Pindorama, comparado ao milho, o grão de sorgo é mais resiste a estiagem e inundações na plantação, mais tolerante ao calor e pode crescer facilmente em solos mais pobres, que não garantem um crescimento adequado ao milho.

"O grão de sorgo é cultivado principalmente em solos semiáridos e áreas secas ao redor do mundo, onde a precipitação anual é menor que 900 mm. Devido ao seu tempo relativamente curto de crescimento, o grão de sorgo é adequado para colheita dupla e sistemas de rotação de cultura", garantiu José Valdo.

Ajnda segundo o químico, milho, sorgo e/ou qualquer outro cereal que contenha amido pode ser usado como substrato para produção de etanol.

"O grão de sorgo é usado majoritariamente como ração animal, entretanto, nos últimos anos, boa parte do etanol produzido tem o sorgo como matéria-prima. Comparado ao milho, suas sementes são menores e possuem menor concentração de fibras e lipídeos, mas maiores concentrações de amido e proteína. Baseado no Padrão de Combustíveis Renováveis (RFS2), o grão de sorgo foi aprovado como matéria-prima alternativa para produção de etanol devido às suas práticas de cultivo sustentáveis e ao percentual favorável de evasão de emissões de gases de efeito estufa (GHG)", destacou José Valdo.

A fase de teste da produção do etanol a partir do sorgo já foi iniciada pela Usina Pindorama e segue a plenos pulmões desde o dia 13 de dezembro de 2023. Além do etanol, o sorgo também gera o WDG, para nutrição animal, subproduto da produção do álcool.
De acordo com o presidente Klécio Santos, antes mesmo de viabilizar o projeto do álcool de milho, a diretoria já havia colocado no rol de possibilidades o sorgo como matéria-prima, já prevendo possíveis aumentos no preço do milho, o que ele classificou como "grande sacada".

"Nós já sabíamos que em algum momento em que a saca do milho pudesse estar com o preço elevado e a margem ficasse muito apertada, poderíamos ter uma outra alternativa, a de produção do álcool a partir do sorgo. E assim fizemos. Já estamos processando, na mesma indústria, o etanol do sorgo e, consequentemente, viabilizando essa unidade tão estratégica e importante para Alagoas, para a região e para o Nordeste. Há produção, também, do WDG, que é um produto altamente consumido na pecuária do Brasil como um todo. Então essa foi a grande sacada, buscar esse caminho para realizar essa atividade", enfatizou Klécio Santos.
Com base informações da indústria, o preço da tonelada do sorgo, atualmente, é cerca de 50% menor do que a do milho, sem contar a facilidade para se adquirir o produto.