Cooperativas

Cooperativa do MST capta R$ 3 milhões no mercado financeiro

Por Terra 21/11/2023 10h16
Cooperativa do MST capta R$ 3 milhões no mercado financeiro
É possível investir em cooperativas do MST através da compra de títulos de CRA - Foto: Divulgação/Grupo Gaia

Uma cooperativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em São Paulo, arrecadou R$ 3 milhões no mercado de capitais. A captação deve beneficiar a Cooperativa de Produção Agropecuária dos Assentados e Pequenos Produtores da Região Noroeste do Estado de São Paulo (Coapar). Segundo a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, que divulgou as informações, a Coapar envolve cerca de 500 famílias entre assentados e pequenos produtores.

Não é a primeira vez que cooperativas do MST arrecadam cifras milionárias. Em 2021, também em uma operação realizada pela Gaia Impacto Securitizadora, foi arrecadado cerca de R$ 17,5 milhões. Na época, mais de 5 mil interessados contribuíram com o fundo.

As cooperativas estão no mercado de capitais através da emissão dos chamados Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) - um título de renda fixa comumente usado por grandes produtores e companhias do setor agrário.

À coluna de Mônia Bergamo, o presidente do grupo Gaia, João Paulo Pacífico, explicou que um dos fatores que tornam o investimento em cooperativas mais atrativos é a sua transparência e o impacto social e ambiental.

"A gente ignora o fato de que, quando colocamos dinheiro no banco, ele não fica no cofre parado. O banco pega e empresta para empresas como Vale, JBS e Petrobras, para alguém que está endividado. Ele vai fazer coisas com o seu dinheiro que você não sabe. Já no caso da cooperativa, a transparência é absoluta", disse.

Ele acrescenta que as cooperativas do MST costumam ter dificuldade a ter crédito bancário, por "preconceito" dessas instituições. Já com a emissão dos títulos de CRA no mercado financeiro, não há a necessidade de intermediação de bancos.

Aqueles que investiram no CRA da Coapar poderão retirar o valor em 3 de janeiro de 2025, com rendimentos líquidos estimados em 13% ao ano.