Cooperativas

MPT leva experiência de projeto alagoano de produção do Sururu a pescadoras em Pernambuco

Instituição apresentou atuação conjunta que vem beneficiando 38 marisqueiras na Orla Lagunar de Maceió

Por Ascom MPT/AL 06/12/2019 16h30
MPT leva experiência de projeto alagoano de produção do Sururu a pescadoras em Pernambuco
Reprodução - Foto: Assessoria
O projeto alagoano que está transformando a realidade de marisqueiras que dependem do Sururu ultrapassou os limites do estado e começou a servir de experiência para pescadoras em Pernambuco. Durante o Seminário da Rede de Mulheres Pescadoras da Costa dos Corais, realizado nesta quinta-feira, 5, em Tamandaré/PE, o Ministério Público do Trabalho em Alagoas apresentou às trabalhadoras o modelo de atividade da cooperativa Coopmaris como exemplo de atuação do MPT e parceiros, para buscar políticas públicas voltadas ao setor. No evento, que contou com o apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e reuniu cerca de 40 pescadoras de municípios litorâneos que compreendem a Costa dos Corais, a procuradora Virgínia Ferreira apresentou o modelo de trabalho de marisqueiras da Orla Lagunar de Maceió, que passaram a se unir em cooperativa e a realizar a venda direta do Sururu ao consumidor. A partir de uma iniciativa do MPT, Ong Visão Mundial, Instituto São Bartolomeu, Prefeitura de Maceió, Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e outros parceiros, as 38 marisqueiras da Coopmaris já recebem capacitações sobre como manusear o molusco, contam com um controle biológico no processamento e vendem o produto sem atravessadores, de forma a aumentar a renda e desenvolver uma maior autonomia do negócio. “Eu vejo na formação da cooperativa da Orla Lagunar uma solução de fortalecimento para as mulheres e para a cadeia produtiva e, a partir dessa experiência, nos dispusemos a auxiliar as pescadoras da Costa dos Corais a buscarem a formação de cooperativa e as parcerias necessárias. Em Alagoas, temos tido a articulação de diversos órgãos que, obrigatoriamente, devem oferecer políticas públicas em benefício da população. Articulação é fundamental para que os resultados aconteçam”, explicou Virgínia Ferreira. A procuradora do MPT alertou as marisqueiras para o risco do trabalho infantil na atividade, onde ainda há uma tradição de crianças ajudarem os pais na pesca e tratamento de moluscos, especialmente porque a atividade, além de ser proibida por lei para crianças e adolescentes menores de 18 anos, exige muito esforço físico, exposição ao sol, perigo de lesões e outras consequências. “Não podemos naturalizar e negar os prejuízos do trabalho infantil. Temos que ter consciência de que a criança tem que ser protegida para que possa ter melhores perspectivas”, complementou. Atualmente, em Maceió, a Cooperativa das Marisqueiras Mulheres Guerreiras está em processo de formalização e, após ter sua sede concluída, possuirá capacidade para produzir 300 quilos de Sururu por dia. Por meio de uma articulação com a Prefeitura de Maceió, o Ministério Público do Trabalho conseguiu a cessão de um prédio público para a sede da cooperativa, e também conseguiu a destinação de recursos, provenientes de ação civil pública, para a reforma no local.