Ciência e Tecnologia

Evento em Maceió discute desafios de conectividade e necessidade de inclusão digital

Qualidade, segurança e habilidades estão entre os aspectos abordados para levar conexão de qualidade e segura para todas as pessoas

Por Tribuna Hoje com assessoria 09/09/2024 13h58 - Atualizado em 10/09/2024 09h05
Evento em Maceió discute desafios de conectividade e necessidade de inclusão digital
Evento teve início nesta segunda-feira (9) e vai até a próxima sexta-feira (13), no Hotel Ritz Lagoa da Anta, no bairro da Mangabeiras - Foto: Sandro Lima

Representantes de alto nível da administração pública, de empresas, da academia e da sociedade civil de aproximadamente 40 países se reúnem a partir desta segunda-feira (9) até a próxima sexta-feira (13), no Hotel Ritz Lagoa da Anta, no bairro da Mangabeiras, em Maceió, para discutir temas como inclusão digital, governo digital e o papel da inteligência artificial para o desenvolvimento sustentável. Presidida pelo G20, as reuniões sobre Economia Digital visam enfrentar os desafios de conectividade e buscar a inclusão digital, a harmonização dos padrões de cibersegurança, proteção de dados e o uso responsável da inteligência artificial.

Nesta segunda-feira, o B20 Brasil, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e com o grupo de trabalho Economia Digital do G20, realizam o Workshop “Transformação digital como catalisadora de avanços sociais”. O evento estreita o diálogo com os representantes do governo e aprimora a cooperação entre os parceiros sociais.

O encontro precede a reunião ministerial do grupo de trabalho Economia Digital, do G20, que também ocorrerá na capital alagoana, na sexta-feira, ocasião em que os integrantes do grupo irão apresentar recomendações a serem levadas à cúpula, em novembro no Rio de Janeiro.

O coordenador-geral de Políticas Públicas para Serviços de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Daniel Brandão Cavalcanti, disse que expandir a disponibilidade o acesso à internet é fundamental.

“Com a pandemia ficou muito evidente, cada vez mais, a nossa dependência do acesso à internet para uma série de funções na vida, para estudar, para trabalhar, até para conseguir comida. Percebeu que nem tudo estava ali, especificamente para os estudantes, que o próprio dispositivo que estava sendo usado para acesso à internet permitia alguma conectividade, mas talvez não era adequado para o ambiente de estudo. Se você está querendo apenas conversar com as pessoas, um dispositivo móvel é suficiente, mas para você estudar, para fazer um dever aqui em casa, talvez um outro dispositivo seja realmente importante para ter esse conceito novo, chamar de conectividade significativa. Então, nós estamos discutindo aqui de que maneira nós podemos incorporar aos indicadores dessa conectividade os elementos que permitam avaliar se nós estamos levando conectividade significativa a todos”, explica Cavalcanti.

Ele salienta que objetivo é garantir velocidade, preço acessível, dispositivo adequado para acessar e habilidades digitais para explorar o potencial das ferramentas. “Os países do G20 representam a maior parte da população mundial. Têm dois terços da população mundial representados aqui. Então, à medida que a gente estabeleça ânimos aqui, isso tem um efeito multiplicador globalmente. O Brasil felizmente hoje está em uma posição muito favorável, 90% dos domicílios brasileiros têm algum acesso à internet. Na África, só 35% dos domicílios têm acesso à internet. Então nós temos um compromisso global de levar uma mensagem daquilo que se tenta atingir para benefício de todos. Nós temos compromisso de até 2030 trazer todos a bordo, uma expressão que se usa muito nos nossos coros aqui, que eu acho muito útil, que é assim, sem deixar ninguém para trás”.

Já o secretário de Telecomunicações do Ministério das comunicações, Hermano Barros Tercius, reforçou a importância da inclusão, qualidade, segurança e habilidade digitais. “Dentro da conectividade universal significativa, estamos discutindo como levar conexão de qualidade e segura para todas as pessoas, mesmo aquelas pessoas em locais mais distantes, que têm dificuldade de pagar pelo serviço e que elas saibam como usar bem essa conectividade. Isso é muito importante hoje, porque a gente vê que o nosso país que este está sendo o maior problema, de conexão internet das pessoas, é a falta que a gente chama de habilidade digital. Mesmo uma pessoa tendo internet disponível, na sua casa, que possa pagar por ela, não consegue usar ou usa de maneira sem conseguir explorar todo o potencial”, destaca.

Segundo ele, a ideia é a de os países construírem um consenso e um compromisso em torno desses temas, e desenvolver a economia digital da forma mais ampla e inclusiva possível. “A gente quer aqui que seja para todos. A gente conseguir sair daqui com relatórios importantes e concretos, que tragam informações e ajudem o governo brasileiro a fazer políticas públicas melhores, mais acertadas, que desenvolvam mais um ambiente digital e tragam assim mais qualidade de vida para todas as pessoas, todos os cidadãos desses 20 países que compõem o G20 e mais os países convidados”.

O B20 (Business 20, da sigla em inglês), é o braço empresarial do G20 no Brasil, coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O workshop em conjunto será uma prévia das discussões da plenária em outubro, em São Paulo, quando o setor empresarial, composto por mais de mil representantes de corporações privadas dos países integrantes do bloco econômico, irá discutir propostas e recomendações a serem levadas à cúpula do G20, em novembro no Rio de Janeiro, tendo o Brasil como presidente do bloco este ano.