Ciência e Tecnologia

Programa Alagoas Tech é oficialmente lançado em Maceió

Projeto prepara jovens, em especial mulheres para o mercado de trabalho digital, área em constante crescimento

Por Tribuna Hoje 21/08/2024 11h24 - Atualizado em 21/08/2024 12h26
Programa Alagoas Tech é oficialmente lançado em Maceió
Lançamento do Programa Alagoas Tech - Foto: Sandro Lima

Foi lançado na manhã desta quarta-feira (21), o Programa Alagoas Tech, uma iniciativa inovadora de capacitação profissional que prepara jovens, especialmente meninas e mulheres em situação e vulnerabilidade social para o mercado de trabalho digital.

O projeto é do Instituto Panapaná em parceria com o Instituto Federal de Alagoas (IFAL) e o Governo do Estado. O Alagoas Tech tem foco na inteligência artificial (IA), e o programa visa erradicar o analfabetismo digital, promover o desenvolvimento profissional e criar oportunidades reais em um mercado cada vez mais tecnológico, combinando uma plataforma educacional de alta tecnologia com um modelo de ensino presencial de excelência.

O Alagoas Tech surge como resposta à crescente demanda por profissionais qualificados em IA, impulsionada pela transformação digital que está remodelando o mercado de trabalho. Segundo o Relatório sobre o Futuro dos Empregos 2023 do Fórum Econômico Mundial, até um quarto dos empregos serão transformados pela IA nos próximos cinco anos, exigindo novas habilidades e qualificação. Essa transformação impactará 23% dos empregos até 2027, com a extinção de 83 milhões de postos de trabalho até 2030. E que criação de 69 milhões de novos postos de trabalho sejam criados, essa mudança claramente exige novas habilidades em tecnologias, e a requalificação dos jovens é essencial para que eles consigam garantir sua empregabilidade.

Para o deputado federal Paulão (PT), responsável pela ementa parlamentar no valor de R$ 300 mil, é uma alegria apresentar a abertura do programa.

“Tenho alegria e honra de apresentar a emenda parlamentar para o instituto que já tem uma expertise muito forte, focado na empregabilidade para a juventude, porque é o grande desafio de hoje. Geralmente a juventude, quando você tem desemprego estrutural, é a que é mais prejudicada. E a gente trabalhar a questão das plataformas digitais que é uma realidade que hoje está inserida, diferente da época que eu era adolescente, onde a internet e a rede social não tinham muito peso. E toda vez as políticas públicas prejudicam o segmento mais pobre, né? Os jovens da periferia, principalmente, o negro, a negra. E o Instituto Federal tem esse compromisso. Fui aluno daqui de 14 a 16 anos. 17 anos, eu fiz eletrotécnica e fui, até hoje, na história da Alagoas do Brasil, o parlamentar que mais aportou recurso para o Instituto Federal no Brasil, de uma forma gerada na educação, porque entendo a importância da educação. E dentro da educação você tem esse eixo, que é a questão da plataforma digital, no sentido de sociabilizar essa emenda além do Instituto, tem aqui uma parceria focado mais ou menos em 400 jovens”, ressaltou o parlamentar.

Ainda conforme Paulão, a ideia é ter um start, um pontapé para contribuir no sentido desses jovens engraçar no mercado de trabalho, ‘’que muitas vezes hoje está muito precarizado. Por exemplo, jovens entregadores de aplicativos, eles não têm direito trabalhista, nem direito previdenciário. Então, é uma forma de conhecer as ferramentas, saber seus direitos, verificar os nichos e compreender o que é inteligência artificial. Além de estimular aquele que não é aluno desse instituto potente fazer um curso, que antes era só técnico, nível médio, tecnológico e nível superior’’, finalizou.

Durante o lançamento, o Coro Jovem do IFAL Maceió realizou uma apresentação e o representante falou sobre a importância do projeto.

“É uma iniciativa que transforma a vida de muitas jovens alagoanas capacitando-as para o mercado da tecnologia. O programa, desenvolvido pelo Instituto Panapaná, em parceria com a Secretaria Nacional da Juventude da Presidência da República, através do termo de fomento nº 953162/2023, foi custeado pela emenda parlamentar do deputado Paulão, e será realizado em parceria com o Instituto Federal de Alagoas e Assete. Esse programa é mais do que uma oportunidade, é o começo de um novo futuro para a nossa juventude. Para iniciar, nessa manhã, convidamos o coral do Instituto Federal de Alagoas para lhes dar as boazinhas. Então vamos receber um colo’’, falou.

Presidente do Panapaná, Camila Siqueira, expôs que é lindo ver o início desse processo de transformação em Alagoas e agradeceu a parceria ao deputado Paulão que viabilizou a emenda.

“A URIFAL, a professora Eunice, a professora Givaldo, que abriram as portas, trouxeram o programa para dentro, montaram um laboratório lindo para vocês, vão olhar lá dentro e vão ver que tudo foi feito com muito carinho. Todo mundo entendeu que, mais do que um processo educacional, nós estamos aqui para um processo de transformação. E todo mundo fez isso com muito amor, com muito carinho. Às meninas da SET, também. Bom, a gente queria, nesse primeiro momento, mostrar a importância de investirem na capacitação de vocês. Esse é um cenário em grande transformação. Entendemos que a inteligência artificial vai impactar na empregabilidade. O último fórum de econômica mundial disse que 85 milhões de postos de trabalho serão extintos. Esse número é muito grande. Muitas coisas estão sendo transformadas pela automação. Então, o que nós queremos? Queremos que ninguém fique de fora. O mercado da tecnologia hoje é de predominância masculina. E nós vamos mostrar para eles que nós mulheres também podemos entrar neste mercado. Vocês estão aqui hoje pra fazer a diferença no cenário da tecnologia no nosso país. Vocês vão se formar, sair do outro lado, serem grandes mulheres”, ressaltou Siqueira.

O PROJETO

O programa oferece um modelo educacional híbrido que combina a plataforma educacional com alta tecnologia do Instituto Panapaná. Além disso, o Instituto Panapaná teve todo apoio do IFAL e de empresas parceiras. Essa abordagem inovadora, focada na inclusão social e na equidade de gênero, prioriza meninas e jovens mulheres entre 15 e 29 anos, inscritas em programas de proteção à mulher e estudantes de escolas públicas do Estado.