O diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas foi convidado a ser um dos palestrantes no painel “Neoindustrialização em novas bases e apoio à Inovação nas Empresas”, realizado como parte dos seminários de preparação para a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Ele apresentou a palestra “Qual a Universidade necessária para a neoindustrialização do Brasil”, na manhã de terça-feira (20), no Rio de Janeiro.

“O que os economistas qualificaram como desindustrialização entenda-se como um longo processo de desestruturação de cadeias industriais nacionais e a redução do tamanho da indústria no geral na produção de riquezas local”, explicou o economista e doutor em administração pública.

“Esse fenômeno tem ocorrido no Brasil de maneira acentuada e fez a indústria no país recuar sua participação do Produto Interno Bruto. Em 1985 ela representava 21,8% do PIB, atualmente gravita em torno dos 10%. As razões para essa queda são complexas”, declarou no texto que serviu de base para a sua fala, publicado como manchete principal na versão brasileira do portal internacional The Conversation, uma plataforma de colaboração entre acadêmicos e jornalistas que, numa década, se tornou a principal fonte mundial de notícias e análises baseadas em pesquisa.

“Na estratégia batizada de neoindustrialização brasileira, são seis os grandes desafios: segurança alimentar e nutricional, saúde, bem-estar urbano, modernização industrial, bioeconomia, descarbonização e defesa nacional. Qual a Universidade necessária para contribuir com a Nova Política Industrial?”, indagou o gestor, que também é docente na Universidade Federal de Alagoas e Secretário Executivo da Inicativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento, a ICTP.br.

Ele deixou a sugestão que, para essa pergunta comece a ser pensada, “urge a necessidade de um grande debate nacional sobre o papel e importância das Universidades públicas brasileiras para o desenvolvimento nacional”.

É justamente para enfrentar esse tipo de questão em termos de país que será realizada a 5ª Conferência Nacional de CT&I (CNCTI), “Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido”, de 4 a 6 de junho.

O debate preparatório no Rio de Janeiro foi promovido pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), uma agência do Ministério da Ciência, da Tecnologia e da Inovação. Alagoas também deve realizar a sua pré-conferência estadual, no mês de março.