Ciência e Tecnologia
Demência frontotemporal: entenda doença que afeta Maurício Kubrusly
O jornalista Maurício Kubrusly foi homenageado no terceiro episódio da série especial sobre os 50 anos do Fantástico. A reportagem revelou que o jornalista de 77 anos foi diagnosticado há alguns anos com demência frontotemporal (DFT). Essa é a mesma doença do ator Bruce Willis, que anunciou a aposentadoria em 2022.
Um estudo publicado na revista Nature Communications em 2022 apontou que a DFT é responsável por 5% a 10% dos casos de demência.
O que é a demência frontotemporal?
De acordo com a médica neurologista Helena Fussiger, a DFT é uma doença neurodegenerativa que ocasiona a perda progressiva das funções cerebrais. Em geral, surge em pessoas com idade média entre 45 e 65 anos, e sua evolução varia de pessoa para pessoa.
A doença tem cura?
Como as outras demências, a DFT não possui cura.
No entanto, existem maneiras de controlar os sintomas. Uma equipe multidisciplinar com médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, pode ajudar no tratamento.
Mais rara, tem forte componente hereditário.
"Apesar de a maioria das demências serem marcadas por acúmulo de proteínas anormais no tecido cerebral, cada uma delas tem um tipo específico (ou mais de um) de proteína, sendo essa a marca da doença. A DFT também é uma demência mais rara e tem um componente genético (hereditário) mais significativo que o Alzheimer, por exemplo", explica Fussiger.
Quais os sintomas?
A demência frontotemporal é marcada por alterações comportamentais e de linguagem. A DFT abrange um conjunto de diversas doenças e sintomas, que progridem. Entre eles, são notáveis:
Personalidade alterada
Comportamento social prejudicado
Dificuldade na regulação das próprias emoções e impulsos
Problemas de linguagem
Problemas de memória
Leonardo de Sousa Bernardes, neurologista com especialização em neuro-oncologia do Hospital Albert Sabin, diz que o paciente pode começar a apresentar delírios e até sentir que está sendo perseguido. As atitudes de quem lida com a condição começam a transitar entre os extremos: ou ocorre uma extrema desinibição ou apatia e depressão.
Para fechar um diagnóstico é preciso analisar os sintomas que o paciente apresenta e realizar exames complementares de imagem, como tomografia, ressonância e PET para validar a hipótese e excluir outras causas.
Como é feito o diagnóstico?
Não há só um teste para demência frontotemporal. Segundo o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, na sigla em inglês), é preciso avaliar uma série de fatores:
Avaliação dos sintomas
Avaliação das habilidades mentais
Exames de sangue
Exames cerebrais
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