Ciência e Tecnologia
Laboratório da Ufal se torna referência no Brasil na área de Química Inorgânica
Quando o assunto é ciência e produção de conhecimento, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) é destaque. Um grupo de pesquisa vinculado ao Instituto de Química e Biotecnologia (IQB) se tornou referência no Brasil na área de Química Inorgânica. Desde a fundação do grupo, em meados da primeira década dos anos 2000, foram publicados mais de 200 artigos na área, que foram citados por aproximadamente quatro mil pesquisadores.
O caminho até ganhar notoriedade não foi nada fácil. Essa jornada começa com a aprovação do gaúcho Mário Roberto Meneghetti em concurso para professor da Ufal. Apesar da possibilidade de permanecer no Sul do país ou de seguir para uma universidade no estado da Bahia, Meneghetti opta por Alagoas e dá início à trajetória que contribuiria para elevar, de forma significativa, o nome do Instituto de Química e Biotecnologia.
“Além de ser um estado que nos proporciona uma boa qualidade de vida, sabia que em Alagoas eu teria muita coisa a fazer na área de Química Inorgânica. Havia muito espaço para crescimento na Universidade, porque aqui não havia muitos profissionais nessa área. Então, foi o desafio de contribuir com o crescimento do que viria a ser o Instituto de Química que me motivou a optar pela Ufal”, lembrou Meneghetti.
Ao pesquisador se juntou, inicialmente, a professora Simoni Margareti Plentz Meneghetti, igualmente considerada uma referência quando se trata de Química Inorgânica. Atuando de formas distintas e, ao mesmo tempo, complementares, os dois fundam o Grupo de Catálise e Reatividade Química, que, futuramente passaria a contar também com o trabalho das professoras Janaína Heberle Bortoluzzi e Rusiene Monteiro de Almeida.
A virada de chave do laboratório, segundo Mário Meneghetti, veio a partir da conversão da área de pesquisa. Os professores migraram da área de Química Básica para a área de Catálise. “Nosso grupo passou a estudar, por exemplo, a transformação de óxidos metálicos e nanopartículas na produção de insumos químicos que servem de base para outras aplicações”, destacou o professor, que completa, em 2023, 20 anos de Ufal.
“Com o tempo, obviamente, fomos nos adaptando às questões locais e também dos próprios financiadores. Em 2003, por exemplo, quando estava se iniciando o primeiro governo de Lula, houve um investimento forte na área de oleoquímica. Então, o grupo começou a direcionar estudos para esta área. No caso, preparar catalisadores para a transformação de óleos pela gordura animal e biodiesel”, observou Meneghetti.
O grupo de pesquisa conta, atualmente, com 25 pesquisadores, que envolvem não apenas professores, mas também estudantes de graduação – por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) – e estudantes de mestrado e doutorado que integram programas de pós-graduação da Ufal. Esse número, no entanto, já foi o dobro do atual e diminuiu à medida que aumentaram as dificuldades de fomento.
“Isso é reflexo da diminuição do fomento à pesquisa. As bolsas começaram a ficar muito aquém do que realmente deveriam ser para ajudar os alunos a se dedicarem aos estudos, desde a Iniciação Científica, mas sobretudo para estudantes de mestrado e de doutorado. Também se criou uma atmosfera de desestímulo à ciência ao longo dos últimos anos, o que, sem dúvidas, contribuiu para a redução”, complementou Mário Meneghetti.
Para 2023, o professor e pesquisador acredita num cenário de mais investimentos e de retomada do estímulo à produção científica dentro das universidades. O Grupo de Catálise e Reatividade Química recebeu a notícia, no fim do ano de 2022, de que seis projetos foram aprovados por agências de fomento, o que deve contribuir com novas pesquisas.
“Foram três novos projetos aprovados pela Fapeal [Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas] e três projetos aprovados pelo CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico], sob a coordenação da professora Simone Meneghetti. Acredito que, além dessa aprovação, a retomada do financiamento das universidades deve nos ajudar a melhorar, principalmente, a estrutura física dos nossos laboratórios, que se degradou ao longo dos últimos anos”, concluiu Mário Meneghetti.
Futuras cientistas
Além do desenvolvimento de pesquisas de relevância na Química Inorgânica, o Grupo de Catálise e Reatividade Química da Ufal se destaca por outras ações. Uma delas é a participação no programa Futuras Cientistas, que também conta com a participação do Grupo de Ensino QuiCiência, do Instituto de Química e Biotecnologia da Ufal.
O programa Futuras Cientistas é desenvolvido pelo Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) e busca proporcionar o contato de alunas e professoras da rede pública com as áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. A ideia, de acordo com a definição do próprio programa, é contribuir com a equidade de gênero no mercado.
A Universidade Federal de Alagoas disponibilizou 15 vagas para participação no programa, que foram distribuídas para ampla concorrência e para pretas, pardas, indígenas e quilombolas, trans e travestis, e candidatas PCD. O Futuras Cientistas teve início no dia 3 de janeiro. As estudantes vão receber bolsa auxílio no valor de R$ 483.
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