Ciência e Tecnologia
Radar Meteorológico da Ufal abrange raio de 400 km sobre previsão do tempo
Estudos desenvolvidos na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) têm destacado a instituição em diversas áreas do conhecimento e consolidado ações científicas de colaboração à ciência e à sociedade. Uma delas é o monitoramento hidrometeorológico feito pelo Sistema de Radar Meteorológico de Alagoas (Sirmal). Esse sistema é vinculado ao Instituto de Ciências Atmosféricas (Icat), unidade acadêmica do Campus A.C. Simões, que dispõe do Laboratório Alerta Radar (LAR), com atividades de extensão e de pesquisa em andamento.
O Radar Meteorológico da Ufal tem a coordenação da professora Maria Luciene Dias de Melo e está entre os nove equipamentos pertencentes à rede de radares do Conselho Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). A Universidade é a única do país que integra à citada rede, cujo equipamento veio substituir, em 2013, o primeiro radar da Ufal, doado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e que, à época, tinha como coordenador o professor Ricardo Tenório, já falecido.
Instalado em um espaço estruturado, o radar funciona de forma a obter informações com raio de 400 km a partir da Ufal, ponto central da cobertura. Além de Alagoas, também são incluídos os estados de Pernambuco, Sergipe, parte da Paraíba, do Rio Grande do Norte e da Bahia, gerando a cada 10 minutos, imagens que são enviadas automaticamente para o Cemaden.
De acordo com a coordenadora, os radares são fundamentais para detectar e rastrear tempestades, ligadas a vendavais, granizo, alagamentos, deslizamentos de encostas, entre outros eventos, os quais podem causar danos à sociedade, à indústria e ao comércio. “As informações geradas pelo Radar podem subsidiar a governança na tomada de decisão quanto ao monitoramento e ao envio de alertas de desastres para áreas de risco, agronegócio, mobilidade urbana e para o monitoramento de bacias hidrográficas na região. Além de fornecer previsão de curtíssimo prazo, que auxilia a segurança pública, o comércio, a construção civil, dentre outras áreas”, destacou a pesquisadora Maria Luciene sobre a importância do trabalho para a sociedade, para órgãos governamentais responsáveis pelos serviços de meteorologia e para avanços científicos nessa área.
Doutora na área de Mudanças Climáticas e Paleoclimatologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Luciene ingressou como docente do ICAT da Ufal em 2008, onde ministra as disciplinas Meteorologia Dinâmica 1 e 2, Previsão Numérica de Tempo e Clima e Paleoclimatologia. Ela está na coordenação do Radar desde 2020 e informa que há também em andamento pesquisa na área com envolvimento de um bolsista de iniciação científica.
Dentre as atividades empreendidas, está em desenvolvimento no LAR um projeto de extensão nessa área, que permite aos alunos do curso de Meteorologia da Ufal a vivência de uma sala de situação, na qual realiza-se a previsão de curto prazo, o monitoramento hidrometeorológico e a divulgação desses dados divulgados na página do Radar.
Sobre a importância do espaço científico para a formação e qualificação acadêmicas, a professora Luciene diz que o radar é de grande importância: “É uma ferramenta importantíssima para a previsão do tempo e o monitoramento de condições meteorológicas extremas, oportunizando ao estudante, aulas práticas, que permitem interpretar imagens de radar e entender diferentes características das nuvens, como a intensidade da precipitação, a altura das nuvens e a velocidade do vento”.
E acrescenta: “Além de ser utilizado em pesquisas sobre a física da atmosfera, o comportamento das nuvens e a dinâmica da precipitação. Sendo fundamental na academia para estudos das condições atmosféricas, previsão do tempo e desastres naturais”.
Desafios e parceria
Enquanto laboratório de pesquisa, o Radar Meteorológico da Ufal engloba equipamentos como disdrômetros, estações meteorológicas e o próprio Radar Meteorológico de dupla polarização, que é diferente dos convencionais, pois emite ondas eletromagnéticas polarizadas, horizontal e verticalmente. O que permite obter informações mais precisas sobre o tamanho, a forma e o tipo de partículas presentes na atmosfera.
Segundo Luciene Melo, com essa tecnologia, torna-se possível distinguir entre chuva, granizo, neve e presença de correntes ascendentes e descendentes dentro das nuvens. Possibilitando melhor compreensão da atmosfera e consequentemente melhorias da previsão.
Nos desafios existentes para maior dinamismo das atividades, a ampliação da equipe é citada pela coordenadora. “Contamos com total apoio da gestão da Ufal na questão de infraestrutura e manutenção. Mas, infelizmente, não há recursos para financiamento de bolsas que contemplem pessoal para ampliação da equipe, tão necessárias no âmbito da pesquisa e do tratamento de dados”, disse.
A professora destaca as importantes parcerias para execução do trabalho e afirma que o Cemaden mantém a manutenção preventiva e corretiva do Radar Meteorológico, necessária para a operação do equipamento. E, para além dessas parcerias, enfatiza, que está havendo a prospecção de outras novas com o estado de Alagas no âmbito da Defesa Civil.
Afirma ainda que o Radar mantém um convênio de cooperação técnica, com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), gerando produtos a cada 10 minutos para elaboração de alertas sobre possíveis desastres associados à chuva. Também é feita a revisão de curtíssimo tempo (nowcasting).
Sobre as ações para execução neste ano, ele revela. “Estão no planejamento o fortalecimento do Laboratório Alerta Radar e, para além de todas as ações que já efetuamos, nós estamos buscando parcerias para novos projetos junto às agências de fomento, no intuito de desenvolver ações para a sociedade, como um todo, sobretudo no âmbito do governo do estado e da iniciativa privada”.
Para mais informações sobre o trabalho desempenhado no Radar, o contato pode ser mantido pelo e-mail: [email protected], [email protected] ou na página www.radar.ufal.br
Equipe
Também estão na equipe de trabalho do Radar o professor Marcelo Queiroz de Assis Oliveira, responsável pela infraestrutura de TIC; Kleymerson Pereira Lins, responsável pela gestão de projetos; e José André Silva dos Santos, responsável técnico pela manutenção dos Radares do Cemaden. Da graduação, a equipe é formada pelos alunos Danilo Siden Batista Santos Silva, Fernanda Liz Lima de Araújo, Yuri Deiverson Bezerra de Lima e Mathias Oliveira Portela Vieira.
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