Ciência e Tecnologia

Coalização antipirataria vai combater compartilhamento de senha em serviços de streaming

Aliança para Criatividade e Entretenimento, que inclui os serviços de streaming Amazon e Netflix, planeja combater o compartilhamento de senha de usuários para familiares e amigos

Por Texto: Fabrício Filho com Olhar Digital 31/10/2019 17h23
Coalização antipirataria vai combater compartilhamento de senha em serviços de streaming
Reprodução - Foto: Assessoria
A pirataria online não para de crescer apesar das novas tecnologia inibirem a prática em todo o mundo. Mas para enfrentar essa ameaça, algumas das maiores empresas de Hollywood se reuniram, em 2017, e formaram a Alliance for Creativity and Entertainment (ACE). Apesar da reprodução ilegal de conteúdos ser um problema, outra ameaça ganhou a atenção da aliança: o compartilhamento de senhas para serviços de streaming. O compartilhamento de senha é visto como um facilitador do acesso não autorizado aos conteúdos dos serviços. Um grupo foi formado recentemente para reduzir o acesso não autorizado ao material. Embora essa seja uma descrição bastante ampla, a ACE acrescentou que oferecerá oportunidades para compartilhar as “melhores práticas” em questões como “compartilhamento inadequado de senhas” e “criptografia inadequada”. Tom Rutledge, CEO da Charter, mais novo membro da ACE, adotou imediatamente o tópico de compartilhamento de senhas como uma das prioridades da empresa. "Estamos muito satisfeitos que a ACE e sua coalizão de membros tenham se comprometido por essa iniciativa a adotar o compartilhamento de senha não autorizado e outras práticas de segurança de conteúdo, e esperamos trabalhar juntos nessa importante questão", afirmou o CEO. De acordo com Rutledge, criadores, distribuidores e consumidores se beneficiarão com a estratégia unificada de inibir este tipo de pirataria. “Consumidores, criadores e distribuidores se beneficiarão com as soluções colaborativas que tornam o conteúdo mais seguro e reduzem o uso e a distribuição não autorizada de direitos autorais. Isso preservará a capacidade do cliente de usufruir dos direitos de conteúdo que adquiriu na rede, plataforma, dispositivo e local nas quais se inscrevem”. O foco a este tipo de prática ocorre duas semanas depois de que um membro da Netflix abordou o problema em seu último registro de ganhos trimestrais. O diretor de produtos da gigante do streaming, Greg Peters, disse que a empresa continuará monitorando a situação, acrescentando que ainda não estão planejadas ações concretas. Segundo uma pesquisa publicada pela Magid no ano passado, a Netflix sozinha poderia perder cerca de US$ 135 milhões em assinaturas devido ao compartilhamento de senha, o que é uma quantia bastante substancial. No entanto, como costuma ser o caso do acesso não autorizado, esses cálculos individuais não são muito confiáveis. Não há uma comprovação de que a partir da iniciativa as pessoas vão começar a pagar pelas suas contas e parar de compartilhar senhas com amigos e familiares. Pelo contrário, a medida pode fazer com muitos usuários cancelem suas assinaturas e se revoltem com o serviço caso não possam compartilhar suas senhas com familiares e amigos.