Ciência e Tecnologia

Vídeo original de ataque na Nova Zelândia teve 4 mil exibições, diz Facebook

Rede social levou 29 minutos para remover a transmissão do atentado, mas o intervalo permitiu a criação de cópias

Por Texto: Victor Hugo Silva com Tecnoblog 19/03/2019 16h41
Vídeo original de ataque na Nova Zelândia teve 4 mil exibições, diz Facebook
Reprodução - Foto: Assessoria
A transmissão ao vivo do ataque de Christchurch, na Nova Zelândia, ficou no ar por pouco tempo, mas levou à publicação de várias cópias. O atentado teria sido visto por poucas pessoas caso o Facebook tivesse sido mais rápido para remover a transmissão original. Segundo a plataforma, o vídeo feito pelo atirador teve menos de 200 exibições enquanto estava ao vivo e cerca de 4 mil exibições após o fim da transmissão. O Facebook diz, ainda, que não recebeu qualquer notificação de usuários durante a transmissão. A primeira denúncia, que permitiu a remoção do conteúdo, só foi feita 29 minutos depois do início da transmissão e 12 minutos após ela se encerrar. O intervalo foi o suficiente para que usuários criassem cópias do vídeo original e publicassem ele no próprio Facebook ou em outros sites. A rede social informou que está removendo automaticamente do Facebook e do Instagram todos os vídeos que são visualmente parecidos com o original. Para identificar vídeos que tentam passar pelo bloqueio, a plataforma também está analisando o áudio. Nas primeiras 24 horas após o atentado, cerca de 1,5 milhão de vídeos foram removidos, sendo que 1,2 milhão deles foram proibidos ainda durante o envio. Os números são significativos, mas mostram que 300 mil vídeos (ou 20% do total) passaram pelos filtros e, provavelmente, foram visualizados. As informações foram publicadas no blog do Facebook pelo vice-presidente e conselheiro geral, Chris Sonderby. De acordo com o executivo, a companhia está comprometida em “trabalhar com líderes da Nova Zelândia para ajudar a combater o discurso de ódio e a ameaça de terrorismo”. Operadoras bloqueiam sites na Nova Zelândia Na terça-feira (18), operadoras de internet na Nova Zelândia, como Vodafone, Spark e Vocus passaram a impedir o acesso a alguns sites. As páginas foram penalizadas porque não atenderam aos pedidos de remover cópias da transmissão enviadas por usuários. Ao Bleeping Computer, a consultora de comunicações externas para a Vodafone na Nova Zelândia, Meera Kaushik, explicou que a retirada dos vídeos é a condição para os sites voltarem ao ar. “Quando o material é identificado, o site é temporariamente bloqueado e recebe uma notificação solicitando a remoção do material”, explicou.