Ciência e Tecnologia

Presidente diz que Google 'não tem planos' de lançar ferramenta de busca na China

Empresa está bloqueada no país desde 2010, mas um retorno pode ser marcado por censura em algumas buscas

Por Reuters e G1 12/12/2018 15h49
Presidente diz que Google 'não tem planos' de lançar ferramenta de busca na China
Reprodução - Foto: Assessoria
O Google "não tem planos" para relançar um mecanismo de busca na China ainda que continue a estudar a ideia, disse o presidente-executivo, Sundar Pichai, a um painel do Congresso dos Estados Unidos na terça-feira (11). Legisladores e funcionários do Google têm levantado preocupações de que a empresa cumpra as políticas chinesas de censura e vigilância na internet se voltar a entrar no mercado de mecanismos de busca do país asiático. O Google está bloqueado na China desde 2010, mas a unidade da Alphabet vem tentando fazer novas incursões no país, que tem o maior número de usuários de smartphones do mundo. "Neste momento, não há planos para lançar uma plataforma de buscas na China", disse Pichai ao Comitê de Justiça da Câmara dos Deputados dos EUA. Mas o executivo acrescentou que, internamente, o Google "desenvolveu e analisou como a ferramenta poderia se parecer. O projeto já está em andamento há algum tempo. Em determinado momento, já tivemos mais de 100 pessoas trabalhando nisso". Ele já tinha reconhecido a existência desse programa em outubro. Pichai disse que não há discussões atuais com o governo chinês. Ele prometeu que seria "totalmente transparente" com os legisladores se a empresa levasse produtos de pesquisa para a China. Uma autoridade do governo chinês, falando sob condição de anonimato, disse à Reuters no mês passado que é improvável que o Google obtenha autorização para lançar um serviço de busca em 2019. O parlamentar democrata David Cicilline disse a Pichai que é "difícil imaginar que você pudesse operar no mercado chinês sob a atual estrutura do governo e manter um compromisso com valores universais, como liberdade de expressão e privacidade pessoal". Viés político Grande parte da audiência da Câmara concentrou-se nas preocupações republicanas de que os resultados de buscas do Google são tendenciosos contra os conservadores e que a empresa tentou influenciar o resultado da eleição presidencial de 2016. Os democratas rejeitaram essa afirmação. Pichai disse que o mecanismo de busca tenta ajudar as pessoas a se registrarem para votar ou encontrar um local de votação, mas negou as afirmações de que a empresa pagou pelo transporte de eleitores latinos até pontos de votação. "Não nos envolvemos em atividades partidárias." O executivo também negou que a companhia tenha vendido dados de seus usuários, mas reconhece que tem acesso às suas preferências por meio de palavras-chaves buscadas.