Ciência e Tecnologia

Twitter e PornHub passam a proibir pornografia com rostos de celebridades

PornHub, por exemplo, já deixou claro que não vai dar espaço para deepfakes, como a prática vem sendo chamada

Por Texto: Emerson Alecrim com Tecnoblog 07/02/2018 16h31
Twitter e PornHub passam a proibir pornografia com rostos de celebridades
Reprodução - Foto: Assessoria
A bizarra moda dos falsos vídeos pornográficos com celebridades cresceu tanto que muitos serviços online já estão tomando providências: depois do Reddit, é a vez do Twitter proibir esse tipo de publicação. Plataformas de conteúdo adulto devem ir pelo mesmo caminho. O PornHub, por exemplo, já deixou claro que não vai dar espaço para deepfakes, como a prática vem sendo chamada. Colocar rostos de celebridades no corpo de atrizes em cenas de filmes pornográficos não é uma ideia recente. Mas fazer isso exige bastante conhecimento de edição de vídeos. Ou exigia: tudo mudou em dezembro de 2017, quando um usuário do Reddit que se identifica como deepfakes descobriu que é possível usar ferramentas de inteligência artificial como Keras e TensorFlow (do Google) para modificar rostos em vídeos sem muito esforço. Os vídeos modificados via inteligência artificial passaram a ser chamados justamente de deepfakes. Na maioria das vezes, os resultados impressionam. Não demorou muito para aplicativos do tipo surgirem, com destaque para o FakeApp. Aí que a coisa desandou: a quantidade de vídeos pornográficos falsamente protagonizados por famosas como Taylor Swift, Gal Gadot, Selena Gomez e Ariana Grande disparou. Na semana passada, o Reddit começou a apagar vídeos do tipo, embora ainda seja possível encontrar muitos deles por lá. Serviços de hospedagem de imagens como Gfycat estão fazendo a mesma coisa. É óbvio que os deepfakes também iam chegar ao PornHub, afinal, esse é um dos maiores sites de pornografia do mundo. Porém, a plataforma proíbe a publicação de conteúdo não consensual e entende que deepfakes se enquadram nessa categoria. Por isso, deixou claro que não vai fazer vista grossa para eles. As principais redes sociais proíbem a veiculação de conteúdo pornográfico, razão pela qual os vídeos modificados aparecem nelas mais como zueira: a brincadeira que mais pegou foi a de colocar o rosto do ator Nicolas Cage em diversos vídeos. Mas o Twitter é exceção. A plataforma é mais tolerante com conteúdo erótico e afins. A consequência é que os deepfakes também ganharam força por lá. Mas não por muito tempo: o serviço confirmou que proibirá esse tipo de conteúdo. As contas que violarem a regra poderão ser suspensas. É compreensível. Embora Estados Unidos e outros países não tenham legislação específica para deepfakes (afinal, essa é uma tendência recente), os vídeos modificados normalmente são protegidos por direitos autorais. Além disso, pessoas que se sentirem prejudicadas podem abrir processos judiciais. Como é difícil identificar os responsáveis, as plataformas é que poderão ser responsabilizadas.