Cidades
Brasil e África unidos pela literatura em Alagoas
Edição 2025 destaca a irmandade de séculos, valorizando ancestralidades e muitos debates

A 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas foi oficialmente lançada, no Hotel Jatiúca, com um tema que promete mexer com reflexões históricas e culturais: Brasil-África. Idealizada pelo reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), professor Josealdo Tonholo, a edição 2025 destaca a irmandade de séculos entre os povos brasileiros e africanos, resgatando memórias, valorizando ancestralidades e promovendo debates que vão muito além da literatura.
Para o reitor, o momento é mais do que oportuno: “Estamos no momento de honrar nossos ancestrais, revisitar nossa história, e isso passa pela África, pelo 20 de novembro, pela Serra da Barriga. A melhor forma de fazer isso é com conhecimento, com literatura. Essa será a maior e melhor Bienal de todos os tempos.”
Com expectativa de público de 670 mil pessoas, o evento será totalmente gratuito, reafirmando o caráter democrático defendido pela Ufal e pelo governo do Estado. Além de editoras e autores consagrados do Brasil e do mundo, haverá uma programação robusta de mesas de debate, oficinas, lançamentos de livros e atividades culturais.

Parcerias e apoios
A Bienal é fruto da coorganização entre a Ufal e o governo de Alagoas, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), Fundação Universitária de Pesquisa e Desenvolvimento (Fundepes), Sebrae e contribuição fundamental do deputado federal Paulão (PT), que destinou emenda parlamentar para viabilizar a participação de autores e editoras.
Paulão destacou a relevância do tema e a necessidade de visibilidade às comunidades quilombolas e à contribuição africana para o Brasil: “Infelizmente, o povo africano e suas comunidades ainda enfrentam dificuldades de reconhecimento e acesso a direitos básicos. Essa temática Brasil-África é essencial para o fortalecimento cultural e social.”

Voz do jornalismo
O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Alagoas, Alexandre Lino, ressaltou que o tema Brasil-África é “importantíssimo e atualíssimo” por representar uma recuperação e reparação histórica ao povo negro.
“O nosso passado tem que estar presente. É preciso reparar a dívida histórica com o povo preto desse país e reconhecer todas as heranças que nos foram oferecidas. Falo como homem preto, com orgulho das minhas origens e respeito pelo movimento negro, que já teve em nosso sindicato uma referência nacional como a ex-presidenta Valdice Gomes. A Ufal cumpre um papel essencial ao abrir portas e envolver vários setores da sociedade nessa pauta que deve estar sempre presente”, salientou Lino.

Ele também destacou a forte presença de jornalistas na Bienal: “Somos profissionais da leitura e da escrita, e estaremos presentes em peso — seja na cobertura jornalística, na assessoria de imprensa ou no lançamento de livros. A Bienal é também um espaço para que jornalistas escritores apresentem suas obras e compartilhem suas paixões pela literatura.”
Lançamentos e homenagens
Segundo o professor Heraldo Ferraz, a programação também inclui o lançamento de mais de 120 títulos, sendo 22 contemplados por edital da Fapeal e mais de 100 produzidos pela própria Ufal. O evento homenageará personalidades ligadas à cultura afro-brasileira, como mãe Neide, pai Célio e mãe Miriam.

Com início marcado para 31 de outubro e encerramento em 9 de novembro, a 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas promete ser um marco na agenda cultural do Estado — e um convite aberto à transformação social pela leitura.
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