Cidades
DPE apresenta relatório inédito sobre subsidência
Elaborado pelo INPE e assinado por 5 cientistas, documento será debatido na sexta

A Defensoria Pública do Estado (DPE), por meio do seu Núcleo de Proteção Coletiva, realiza na próxima sexta-feira (8) uma audiência pública de apresentação do relatório técnico-científico independente sobre o processo de subsidência do solo nos bairros que afundam, em Maceió. O evento é aberto ao público e começa às 10 horas da manhã, no auditório do Cesmac, na rua Cônego Machado, no Farol.
Segundo a assessoria da DPE, o relatório é inédito, cheio de detalhes e foi elaborado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), University of Leipzig, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Leibniz University Hannover e, inclusive, por pesquisadores do GFZ – Helmholtz Centre for Geosciences.
“A pesquisa teve início em fevereiro de 2025, por iniciativa do Núcleo de Proteção Coletiva da Defensoria Pública do Estado de Alagoas, que articulou a cooperação técnica e requisitou os dados oficiais da Defesa Civil de Maceió, utilizados na análise. O estudo combina levantamentos de campo e dados públicos, resultando em um trabalho de elevado rigor científico e independência metodológica, seguindo padrões reconhecidos internacionalmente”, destacou a assessoria da DPE.
“É um grupo composto por dois cientistas nacionais e três internacionais, com alta qualificação acadêmica e atuação em instituições de excelência”, afirmou o defensor público estadual Ricardo Melro, acrescentando os currículos dos participantes comprovam o alto nível de expertises dos cientistas que assinam o relatório.
A apresentação pública do relatório será conduzida por um representante do grupo de pesquisadores, com a presença de autoridades, lideranças comunitárias e representantes das vítimas e da sociedade civil.
“Este é um momento fundamental de transparência, escuta e participação social”, enfatizou Melro, acrescentando que “a reconstrução de Maceió passa pela justiça, pela transparência e pelo respeito aos direitos das populações atingidas pela mineração”.
Dos cinco cientistas que realizaram o estudo, três são estrangeiros e dois brasileiros. Os estrangeiros são: Djamil Al-Halbouni, professor da Universidade de Leipzig, na Alemanha; Mahdi Motagh, professor da Leibniz University Hannover, na Alemanha; e a professora Magdalena Stefanova Vassileva, pesquisadora do GFZ, principal centro de pesquisas em geociências da Alemanha.
Estudo tem o aval de cinco cientistas experts em solo
Os dois brasileiros, que participaram do estudo e devem comparecer a Maceió para a apresentação do relatório, são: o engenheiro Fábio Furlan Gama e o geólogo Marcos Eduardo Hartwig.
Graduado em Engenharia Elétrico-Eletrônica pela Fundação Valeparaibana de Ensino (1986), Furlan tem mestrado em Sensoriamento Remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (1996) e doutorado em Sensoriamento Remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (2007). Possui experiência na área de desenvolvimento de sistemas e em aplicações de radares SAR, utilizando interferometria e polarimetria, para aplicações em cartografia, deformação de superfície e inventário florestal.
Graduado em geologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), em 2003, Hartwig tem mestrado em geociências pelo Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP) e doutorado em sensoriamento remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Fez diversos cursos de capacitação e especializações no Brasil e nos Estados Unidos. Atuou como geólogo geotécnico no Brasil e no exterior por cerca de 10 anos. De 2014 a 2016 foi professor do curso de especialização em Engenharia de Túneis do Krozai, pela Faculdade Redentor em São Paulo, onde ministrou o módulo de Investigações Geológico-Geotécnicas In Situ. Desde 2016 é professor do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e desde 2018 é professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Geociências e Meio Ambiente da Universidade Estadual Paulista (UNESP), de Rio Claro (SP).
Em 2023, obteve o título de Professor Livre-Docente em Geologia de Engenharia pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP). É Subchefe do Departamento de Geologia e coordenador dos laboratórios de Preparação de Amostras e de Geologia de Engenharia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). É autor e coautor de 92 trabalhos publicados em revistas e eventos nacionais e internacionais e revisor de 27 periódicos nacionais e internacionais. Já orientou 4 mestrados, 28 trabalhos de conclusão de curso e 5 iniciações científicas. Atualmente, orienta 1 mestrado. (R.R.)
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