Os gráficos José Bonifácio de Oliveira e Ednilson Soares Cruz avaliam que a fundação da cooperativa foi um marco para a imprensa alagoana. Eles lembram tudo ocorreu em um contexto de dificuldades financeiras e dizem que a união dos trabalhadores dos jornalistas e gráficos foi fundamental para assumir a gestão e a produção do veículo Tribuna.

“A jornada desses 18 anos é muito positiva. Eu sempre acreditei que daria certo, porque tinham muitas pessoas com um pensamento bom. Tanto que conquistamos nosso espaço no mercado alagoano. Hoje temos nosso prédio e parque gráfico. Para o futuro, as expectativas são as melhores, com certeza vamos vencer”, diz Bonifácio de Oliveira.

Ednilson Soares Cruz também sempre apostou no desenvolvimento da cooperativa. “Sempre coloquei confiança nas pessoas que nos lideram, principalmente nos nossos diretores, como o Paulo Gabriel, no pessoal da redação. Sei que não é fácil administrar sem recursos, mas conseguimos. Hoje nós observamos a cooperativa como um ato de fé, de responsabilidade por parte dos diretores e dos cooperados. Vejo a cooperativa como um veículo de trabalho que muitos imaginavam que não ia dar certo, mas os cooperados estão todos de parabéns.”

Para Cruz, a união das duas categorias é o que continua norteando a perspectiva de evolução no futuro. “Pela falência do jornal impresso que a gente está vendo a cada dia, eu vejo o único jornal aqui no estado de Alagoas que permanece firme. Temos também o portal Tribuna Hoje, que nos dá uma boa estabilidade. Então, eu digo que toda cooperativa está de parabéns.”

“Amadurecemos, recalculamos rotas e estamos aqui firmes e fortes”

Para o editor do caderno D&A do jornal Tribuna Independente, o jornalista João Dionísio, a fundação da Jorgraf foi um marco não só para os trabalhadores da Jorgraf, mas foi histórico para toda a categoria.

“Um jornal fundando, coordenado, dirigido por jornalistas e gráficos. Isso é uma conquista única. É uma lição que fica para todas as gerações que vierem, uma lição de que o ditado clichê ‘a união faz a força’ é certo e pode ser aplicado na vida de qualquer trabalhador”, avalia Dionísio.

O jornalista avalia que desde a fundação toda a jornada da cooperação foi uma revolução. “Foi uma jornada perfeita? Não. Fácil? Muito menos. Mas foi a jornada que tinhanha que passar, com seus percalços, suas lágrimas e também muitos sorrisos. Muita realização, tanto como jornalistas como quanto pessoas. Alguns ficaram pelo caminho. Foram buscar novas oportunidades e outros ficaram. Acredito que amadurecemos, recalculamos rotas e estamos aqui firmes e fortes.”

Crescimento e amadurecimento ao longo de felizes 18 anos de história

Questionado sobre se botava fé que o projeto daria certo, diz: “eu precisava ter esperanças de que ia da certo. Na verdade, eu não pensei muito. Só fui em frente. Nessas datas, quando olhamos para trás, entendemos como formos corajosos e ousados.”

Ele acredita que, de lá para cá, houve muito amadurecimento. “Crescemos enquanto jornal, enquanto pessoas e enquanto profissionais. Eu acho que a principal mudança é que hoje entendemos a nossa força.

Na trajetória desses 18 anos, ele diz que alguns colegas, antes companheiros de redação, se tornaram verdadeiros amigos. “Na verdade eu lembro mais dos acontecimentos bons, das torcidas quando conseguíamos dar um ‘furo’ [de reportagem], quando a cooperativa tinha uma conquista, a compra da rotativa por exemplo, do companheirismo quando alguém tentava desistir, das palavras de conforto para seguir a diante. As dificuldades apertam laços. Houve os obstáculos, nenhuma convivência é só flores. Mas havia, o tempo todo, uma vontade de seguir adiante, de que a coisa toda desse certo.”

Para os veículos da Jorgraf ele prevê um futuro de evolução. “Um jornal com seu editorial firme, sem medo, crescimento dos novos veículos, como a tv, o site e as redes sociais. Vivemos uma época de ebulição para o jornalismo, há muita modificação e o desafio é acompanhar isso tudo. Então, espero mais 18 anos de Tribuna Independente.”