Cidades

Casa da Mulher Alagoana realizou 1.115 atendimentos nos seis primeiros meses de 2025

47,3% das vítimas sofreram agressões de ex-maridos/companheiros; maioria das mulheres mora na parte alta de Maceió

Por TJ/AL 09/07/2025 11h53
Casa da Mulher Alagoana realizou 1.115 atendimentos nos seis primeiros meses de 2025
Casa da Mulher Alagoana funciona no Centro de Maceió - Foto: Divulgação

A Casa da Mulher Alagoana realizou 1.115 atendimentos de janeiro a junho deste ano. A maioria das vítimas (47,3%) sofreu violência de ex-maridos/companheiros.

Nesse período, foram atendidas mulheres não apenas de Alagoas, mas também de São Paulo, Pará, Pernambuco e Santa Catarina, além de mulheres do Peru, Argentina e Paraguai. Na capital, as vítimas moram, principalmente, na parte alta, nos bairros do Benedito Bentes (11%), Cidade Universitária (8,5%), Jacintinho (6,5%), Tabuleiro do Martins (5,6%), entre outros.

"Em nossos atendimentos, identificamos que um dos fatores que mantém as mulheres por mais tempo no relacionamento é a preocupação com os filhos, principalmente no aspecto financeiro. Em segundo plano, a dependência emocional", afirmou a coordenadora da casa, Paula Lopes.



"Outro fator que temos observado é a dificuldade das mulheres acessarem a rede de atendimento no pós-acolhimento, o que tem dificultado a continuidade da proteção", ressaltou.

Escolaridade, faixa etária e raça/cor

A maioria das vítimas atendidas pela Casa da Mulher possui ensino médio completo (36,8%). Segundo a instituição, 56,8% se declararam como pardas. "Esse dado corrobora com as estatísticas nacionais que apontam mulheres pardas e negras como maiores vítimas de violência doméstica", explicou Paula.

Os números também demonstram equilíbrio nas faixas de 18 a 29 anos (29,5%) e de 30 a 39 anos (30%).



A Casa da Mulher Alagoana funciona no Centro de Maceió, ao lado da Praça Sinimbu, de segunda a sexta, das 8h às 18h. Nos finais de semana e feriados, há plantão para o serviço de alojamento de passagem.

Na Casa da Mulher, as vítimas recebem acolhimento humanizado e atendimento com equipe multidisciplinar. No local, funcionam o 1º e 2º Juizados de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Capital. As vítimas podem ter abrigo temporário e registrar boletim de ocorrência contra o agressor.

Existe a opção de atendimento do Núcleo da Mulher da Defensoria Pública (NUDEM) e sala de encaminhamento para benefícios sociais da Prefeitura. O contato pode ser feito pelo WhatsApp (82) 991573023.