Em 2024, Alagoas registrou 79 ocorrências de acidentes de origem elétrica, o que resultou em 46 mortes, sendo 44 por choques elétricos e duas por incêndios de origem elétrica. Conforme Edson Martinho, Diretor executivo da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), convidado do TH Entrevista desta semana, os números chamam atenção.

“Infelizmente são dados que chamam bastante atenção por estarem em crescimento ano a ano. Destes casos, a capital alagoana contabiliza 29 ocorrências, sendo nove por choque elétrico – com duas mortes e 20 incêndios por sobrecarrega. Vale ressaltar que Alagoas dentro do Nordeste só perde para a Bahia’’, ressalta Martinho.

Conforme Edson, a grande maioria destas ocorrências são devido a cabos e fios ‘’falsificados’’. Existe um mercado de cabos e fios que não estão dentro das normas e isso pode sim contribuir para o aumento de acidentes de origem elétrica. É um comércio ilegal, por isso, estamos trabalhando em conjunto com outros órgãos para tirar de circulação estes produtos que vem causando tantos transtornos. São cabos e fios que para o leigo é quase impossível perceber a diferença, mas por serem com custo benefício menor, quem constrói acaba adquirindo, porém é aquela frase: o barato sai caro’’.

De acordo com dados da Abracopel no ano passado, só na região Nordeste foram 598 acidentes de origem elétrica, nestes acidentes, 287 pessoas perderam suas vidas. Somente com choque elétrico foram 268 mortes e outras 19 pessoas perderam suas vidas em incêndios originados por sobrecargas elétricas.

“No ranking geral de acidentes de origem elétrica, Alagoas se encontra na 11ª posição. Já no ranking de mortes por choque elétrico, o estado está em uma situação mais cômoda: 17ª posição. No que se refere à incêndios gerados por sobrecarga (e posterior curto-circuito), das 1.186 ocorrências no Brasil, 234 foram na região Nordeste e 44 em Alagoas com 2 mortes. No ranking nacional por Estado, a posição de Alagoas é a 12ª posição, porém é novamente a vice-campeã do Nordeste, perdendo apenas para a Bahia’’, pontuou Martinho.

De acordo com o diretor executivo da Abracopel, os dados fazem parte do Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica da entidade, que luta há mais de 20 anos pela conscientização da população e profissionais sobre os riscos que a eletricidade oferece quando não é respeitada.

Luana Calheiros, gerente comercial de operações da Alpexgás, empresa que atua há quase 18 anos em montagem e manutenção de redes de gás canalizado, explica que durante as fiscalizações em prédios e construções são contabilizados vários erros. “Nosso trabalho é pautado pela prevenção, segurança e regularidades. E sim, há muitos erros que podem gerar uma série de acidentes, inclusive incêndios de grandes proporções’’.

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