Cidades

Casa desaba junto com barreira no Bolão

Algumas famílias permanecem nas residências, mesmo com risco de novos deslizamentos na região

Por Valdete Calheiros - colaboradora / Tribuna Independente 01/07/2025 08h09 - Atualizado em 01/07/2025 13h01
Casa desaba junto com barreira no Bolão
Barreira do Bolão deslizou mais uma vex e levou metade de uma casa; moradores desafiam perigo e dizem que não sabem para onde ir - Foto: Edilson Omena

A dona de casa Rose Gouveia teve parte da sua casa, em especial, a cozinha destruída pela erosão provocada pelas chuvas na madrugada da última segunda-feira. Pelo menos 21 casas estão na mesma situação.

“Tentamos salvar o que deu. Quando eu e meu marido percebemos que o rachão no piso aumentou no piso e na parede da cozinha, tiramos o fogão e a geladeira e colocamos na sala. De um minuto para outro perdemos cozinha, banheiro e quintal. Estamos aguardando a Defesa Civil. A situação já estava crítica com as chuvas do último mês. E só tem piorado. Está difícil achar casa para alugar. E mesmo assim, a Defesa Civil disse que o aluguel social dura três meses. E depois? Vou fazer o quê?

Vizinho à casa da Rose Gouveia, está a residência do Jonathan. Ele acredita que a parte final da sua casa que compreende a cozinha está com os dias contados. A vida da família se resumiu a metade anterior da casa. Eles ficam na sala e no quarto, no máximo, banheiro e cozinha estão isolados.

“Pelas minhas contas, sete metros me separam da barreira. A situação é muito preocupante. Estamos esperando um aceno da Defesa Civil, não temos para onde ir, nem temos como ficar mais aqui”, desabafou.

Os moradores da Rua Capitão Samuel Lins, na barreira do Bolão pedem uma atenção especial. Adesivos da Defesa Civil indicando a interdição das casas continuam colados nas paredes, da mesma forma como foram deixados há cerca de um mês.

A dona de casa Daniele Alexandre afirmou que os técnicos da Defesa Civil entraram em sua casa e orientaram que ela se mudasse para a casa de um parente.
“Cada um diz uma coisa. Na primeira contagem, disseram que eram 18 casas interditadas, depois disseram que eram 21. Eu preciso saber se minha casa está em área de risco ou não. Se a minha vizinha está com a casa comprometida, como a minha casa não está? A Defesa Civil disse que vai demolir as casas e se demolir a minha, eu vou onde vou morar?”, indagou ela.

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes), Primeira Infância e Segurança Alimentar – confirmou que o aluguel social tem, atualmente, o valor de R$ 250.

A Defesa Civil de Maceió informou que está monitorando o local, até que todas as famílias deixem as casas, e não haja agravamento do risco. Todas as famílias já foram atendidas pela diretoria social para os encaminhamentos aos benefícios eventuais do município.

As residências estão sendo evacuadas e, à medida que forem desocupadas, serão realizadas as análises necessárias para posterior demolição.

Mas, algumas permanecem no local alegando que não têm para onde ir e reclamam do valor irrisório do aluguel social pago pelo município.