Cidades

Demolições: moradores denunciam riscos

Eles temem que serviços possam causar danos nas estruturas de suas moradias; motoristas reclamam de congestionamentos

Por Valdete Calheiros - colaboradora / Tribuna Independente 10/06/2025 08h28
Demolições: moradores denunciam riscos
Máquinas trabalham em demolições no bairro do Pinheiro causando temor aos moradores da região - Foto: Adailson Calheiros

Os motoristas que transitam pela Rua Professor José da Silveira Camerino, (antiga Rua Belo Horizonte), no Pinheiro, terão que exercitar a paciência para enfrentar os engarrafamentos e transtornos causados pela interdição da mesma. O mesmo exercício de buscar rotas alternativas vale para os pedestres.

A rua, interditada desde o início do mês para a demolição preventiva do edifício Aveiro só estará liberada em meados de julho, conforme as previsões iniciais.
Como via alternativa, os motoristas podem utilizar os acessos pelas Ruas Cônego Cavalcante de Oliveira, Clarêncio Jucá e Ricardo César de Melo. O Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT) sinalizou alternativas de tráfego na região.

O edifício, que está sendo demolido de forma preventiva, conforme a Braskem, está dentro da área 00 (realocação) do Mapa de Linhas de Ações Prioritárias (v5), que delimita a região afetada pelo afundamento do solo, decorrente da mineração de sal-gema pela Braskem, em Maceió.

A demolição do edifício é parte da preparação do terreno para a duplicação da Rua José da Silveira Camerino, prevista nas obras de mobilidade que vêm sendo feitas em Maceió. Como nas demais demolições preventivas solicitadas pela Defesa Civil de Maceió, a ação obedece a protocolos de segurança e ambientais.

Na avaliação do motorista Cristóvão Freitas, o trânsito de Maceió está completamente bagunçado. “Não tem uma via sequer que não esteja com algum problema, com alguma interdição, obra ou algo do tipo. Um verdadeiro absurdo. Quem tem algum compromisso que se vire se quiser tentar chegar a tempo. Se antes a pessoa tinha que sair de casa uma hora antes, agora tem que sair com duas horas de antecedência. E olhe lá. É mais tempo dentro do carro do que resolvendo qualquer situação”, desabafou.

A dona de casa Núbia Gomes contou que adiou várias coisas que tinha para fazer nas imediações devido à distância para se descolar, uma vez que os ônibus não estão mais parando no trajeto habitual. “Os pontos de ônibus já são longe e conseguem colocar para mais distante ainda. Inventam esses serviços e não pensam nos transtornos”, acrescentou.

A metodologia utilizada é chamada de “desconstrução”, recomendada mundialmente para demolições de imóveis de grande porte em áreas urbanas.
Os trabalhos de demolição acontecem de segunda a sábado, das 7 h às 17 horas e a previsão é que sejam concluídos no prazo de 50 dias.