Cidades

Mulher diz que foi vítima de racismo ao ser demitida após fazer tranças nagô

Ordem dos Advogados do Brasil seccional Alagoas (OAB/AL) vai acionar autoridades responsáveis para que o caso seja apurado com rigor

Por Ascom OAB/AL 16/05/2025 18h51
Mulher diz que foi vítima de racismo ao ser demitida após fazer tranças nagô
Comissão da Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas se comprometeu a acionar as autoridades - Foto: Ascom OAB/AL

A Comissão da Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL) recebeu uma suposta vítima de racismo que foi demitida do local em que trabalhava após colocar tranças nagô nos cabelos. Diante da denúncia, a OAB/AL se comprometeu a acionar as autoridades para que a conduta adotada pela empresária que teria praticado o crime possa ser investigada.

De acordo com a presidente da comissão, Mayara Cavalcanti, o episódio representa um típico caso de racismo, no qual uma pessoa negra é impedida de exercer um direito básico, como trabalhar, unicamente por sua existência. “Acionaremos os órgãos públicos para investigar a conduta da empresária, e acompanharemos este caso absurdo de racismo de perto”.

O fato aconteceu no último mês de março, quando a denunciante, que trabalhava como representante de consórcios e cartas de crédito, decidiu fazer o penteado, que é associado à identidade da mulher negra. Ao chegar ao local de trabalho, mencionou que foi surpreendida pela chefe, que afirmou ser inaceitável aquele tipo de penteado entre os funcionários da empresa e afirmou que, caso ela não retirasse as tranças, não precisava mais ir trabalhar.

Expôs ainda que, ao recusar fazer a retirada do penteado, mesmo explicando que o cabelo fazia parte de assumir sua própria identidade, a vítima teve de escolher entre pedir demissão ou ser demitida, cumprindo um aviso prévio de 30 dias em ambiente completamente hostil.

Para comprovar a situação à qual foi submetida, a funcionária gravou várias conversas com a chefe, nas quais ela deixa claro que não ia permitir cabelos que estivessem fora do “padrão” e destacava que a vendedora não tinha um perfil social nem se vestia de forma adequada.

A vítima do caso foi acolhida pela comissão da OAB/AL, que prometeu adotar todas as providências cabíveis para que os fatos, se comprovados, não fiquem impunes.