Cidades
Ufal firma acordo inédito com PC e CDDM para criar Observatório da Igualdade de Gênero
Iniciativa busca reunir dados, propor ações e subsidiar políticas públicas para o enfrentamento à violência de gênero em Alagoas

Em audiência prestigiada por pesquisadoras e representantes da sociedade civil, realizada na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o reitor Josealdo Tonholo chancelou o Acordo de Cooperação Técnica para a criação e a execução do Observatório Alagoas da Igualdade de Gênero, assinado nesta segunda-feira (12). Fazem parte desse acordo, junto com a Ufal, a Polícia Civil (PC/AL) do estado e o Centro de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM).
O acordo visa reunir esforços institucionais para coletar, analisar e tratar dados sobre violência de gênero no estado, com o objetivo de subsidiar a formulação de políticas públicas em todas as esferas de governo. O reitor Josealdo Tonholo, destacou a importância da integração entre as iniciativas acadêmicas da Universidade. “Esse é um momento histórico. Uma ação que envolve a universidade e a sociedade alagoana numa causa fundamental”, destacou o reitor.
Tonholo também falou da necessidade de aproximar as ações de pesquisa e extensão voltadas para esse tema. “É preciso reunir todas as iniciativas da Universidade voltadas para a igualdade de gênero. Existem muitas ações correlatas acontecendo, e precisamos de uma governança para potencializar esse trabalho conjunto. Temos exemplos de outras experiências conjuntas que foram muito importantes para a sociedade alagoana, como no enfrentamento à covid-19 e ao derramamento de óleo no litoral nordestino”, afirmou.
O acordo foi formalizado com base no Processo nº 23065.000112/2024-97 e segue a legislação pertinente à cooperação técnica entre órgãos públicos e instituições da sociedade civil. O reitor convidou as participantes da celebração do acordo para assinarem como testemunhas. Entre os presentes, estiveram docentes como as professoras Luciana Santana, diretora do Instituto de Ciências Sociais (ICS), Reivan Marinho, diretora da Faculdade de Serviço Social (FSSO), Elaine Pimentel, diretora da Faculdade de Direito de Alagoas (FDA), além de representantes do CDDM, de órgãos da Segurança Pública, integrantes do grupo de pesquisa Frida Kahlo, estudantes e pesquisadoras da Universidade.
O Observatório é uma iniciativa da professora Andrea Pacheco, da Faculdade de Serviço Social e tem participação de pesquisadores da FDA, por meio da professora Elaine Pimentel e seu grupo de pesquisa, o Carmim Feminismo Jurídico, que tem também como membro a professora Elita Moraes, presente na reunião desta segunda-feira. Esse projeto envolve a Unidade da Ufal em Palmeira dos Índios, por meio da professora Marli Araújo, e o grupo de pesquisa que ela coordena chamado Pretas. São muitas pesquisadoras envolvidas, pesquisadoras negras que participam do projeto e efetivamente fazem o observatório. Pesquisadoras dos grupos de pesquisa Frida Kahlo e Carmim.
A professora Andrea Pacheco, do grupo Frida Kahlo, uma das principais articuladoras do acordo, celebrou a institucionalização da iniciativa. “Agora temos uma cooperação mútua com a Polícia Civil e o CDDM. Vamos analisar os dados não apenas quantitativamente, mas refletindo questões raciais, de classe e de sexualidade. A ciência estará a serviço dos movimentos sociais, promovendo uma sociedade mais justa, igualitária e sem violência,” destacou a docente.
Pela sociedade civil, Paula Lopes, coordenadora do CDDM, enfatizou a importância da articulação entre prática e pesquisa. “Trazemos nossa experiência no acolhimento de mulheres vítimas de violência e vamos contribuir com as pesquisadoras, tanto em campo quanto na análise dos dados com base na criminologia. Essa cooperação fortalece nosso trabalho e aproxima ainda mais a universidade das mulheres,” ressaltou Paula.
A Polícia Civil de Alagoas será responsável pela coleta de dados e pela análise criminal dos indicadores. A delegada Ana Luiza Nogueira, coordenadora das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs), ressaltou o caráter inédito do acordo. “Nunca houve, em Alagoas, uma união tão direta entre prática policial e conhecimento acadêmico. Esse acordo vai permitir análises trimestrais e abrir caminhos para implementação de políticas públicas que reduzam os índices de violência de gênero no estado”, concluiu.
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