Cidades
Mães de primeira viagem relatam dificuldades na adaptação à maternidade
Mulheres que estão com filhos recém-nascidos e em final da primeira gestação falam sobre suas dúvidas e 'desejos' nesta fase; ajuda de especialistas é fundamental
Neste domingo dedicado às mães, a emoção estará presente em muitos lares. Alguns filhos e filhas estarão sentindo saudades das mães que já partiram para a eternidade. Um grupo de mulheres estará na expectativa de se tornarem mães no futuro. E algumas alagoanas, em especial, estarão com o sentimento à flor da pele, por estarem vivenciando o Dia das Mães pela primeira vez, seja com o bebê recém-chegado no colo ou ainda no ventre.
Na casa da psicóloga Esther Bonfim Santos Marsiglia, 27 anos, o presente do Dia das Mães chegou há seis meses e atende pelo nome de Eva Bonfim Marsiglia. A bebezinha é dona de um lindo rostinho e foi sonhada, planejada e aguardada pelo menos com dois anos de antecedência até o dia em que veio ao mundo e roubou também o coração do pai Jefferson Rafael Marsiglia Soares.
Graças a Eva, Esther Bonfim Santos Marsiglia pode vivenciar seu Dia das Mães de duas formas diferentes, apesar da pouca idade da menina. “Ano passado eu estava grávida. Este ano, estou com minha filha nos meus braços. São momentos muito significativos, de extrema felicidade, me sinto realizada”.
Um dos momentos mais engraçados ao longo desses seis meses de maternidade, recordou a psicóloga, foi o primeiro cocô “explosivo” que a bebê fez. “Acho que tinha cocô até na nuca. Calculo que eu tenha ficado uns 10 minutos olhando e pensando por onde começar, no fim coloquei debaixo do chuveiro”.
Na casa da empresária Mariana Marinita Lopes de Mendonça, 27 anos, o pequeno Heitor Cael Lopes de Mendonça Rodrigues, seis meses de vida, será o centro das atenções. Quer dizer, ele e a mamãe de primeira viagem.
A gestação, descoberta apenas no 6° mês, não foi planejada, mas foi muito desejada. “Foi uma surpresa imensa, mas eu sempre quis ser mãe e queria um menino. Apesar de eu só saber que meu filho vinha ao mundo quando faltavam apenas três meses para eu conhecer o rostinho dele, meu bebê é saudável e forte”, comemorou a mãe.
Junto ao primeiro filho, vieram também as alegrias e dúvidas da maternidade. E para não fugir à regra, os primeiros sustos com o herdeiro também chegaram.
“Com duas semanas de vida, enquanto a gente dormia Heitor Cael se engasgou um pouco com o leite. Fiquei desesperada. Não foi nada sério, ele só tossiu um pouco, mas o suficiente para eu ficar bastante preocupada. Chorei tanto, abracei tanto ele. Dormir com meu filho no colo, com medo de ele engasgar novamente”.
No primeiro ano de vida, as consultas ao pediatra, pontua a especialista Rose Maciel, devem acontecer mensalmente. “Todas as anotações devem ser registradas. E o cartão de vacinas deve ser levado em todas as consultas”, frisou. A partir do segundo ano de vida do bebê, as idas e vindas ao pediatra passam a acontecer bimestralmente.
Enfermeira destaca a ansiedade nos últimos dias
A enfermeira Marcela Porangaba Lopes, 26 anos, está na 19ª semana da sua primeira gestação. Em breve, ela estará com Davi Lucca nos braços. Ela está super ansiosa para vivenciar seu primeiro Dia das Mães. Com o bebê no “forninho”, Marcela disse se sentir completa, realizada como pessoa. Apensar de a gravidez não ter sido planejada, acredito que Deus decidiu a melhor hora, o momento exato para eu ser mãe, o que é dádiva.
Marcela Porangaba Lopes contou que ainda está se adaptando aos poucos ao processo da maternidade. “Mas já sinto uma emoção grande, não dá para descrever em palavras, sinto um amor e uma gratidão enormes por estar gerando uma vida”, detalhou.
De todas as situações que já aconteceram desde o início da gestação, a mamãe de primeira viagem recorda que o mais engraçado foram as vontades específicas chamadas de desejos. Segundo ela, a primeira vez que sentiu desejo, estava sozinha em casa e chorou muito porque não achou nem sorvete e nem bolo perto do seu endereço. “Falei com a minha prima, fui correndo para casa dela para realizar o desejo. Mas até chegar lá, chorei muito, estava quase desesperada por não achar o meu objeto de desejo”.

Por ser da área de saúde, disse não se assustar tanto com sintomas como dores ou enjoos. “Mesmo assim, sabendo a teoria, ter os sintomas na prática é muito diferente”, contou, rindo.
Mariana e Marcela são primas e comadres. Cada uma batizou ou ainda vai batizar o filho da outra. De forma muito particular, elas irão comemorar o Dia das Mães, com seus melhores presentes. Marcela, ainda com o presente ainda “pronto para ser entregue daqui a alguns meses”.
Quem entende de emoção no sentido mais poético da palavra é a mãe e médica ginecologista e obstétrica Cristina Carvalho Cabús Marsiglia. Conforme suas estimativas, colocou cerca de 20 mil bebês no mundo. Dentre os quais, a própria neta, Lara Cabús Uchôa. Entre os partos mais marcantes da carreira profissional, está o parto da própria filha, Letícia Carvalho Cabús Marsiglia.
“Foi um lindo parto. O nascimento da minha neta foi transmitido ao vivo. Logo no início, mais de 10 mil pessoas estavam online, assistindo, comentando. Pessoas que não me conheciam, que não sabiam nada sobre nós, chorando ao assistir ao parto. Foi muito emocionante. Um parto cheio de amor, aliás como todos os partos. Eu sou muito apaixonada pela obstetrícia, sou muito suspeita para falar”.
CRISES
“Mãe de jaleco” para centenas de pacientes
Também mãe de duas meninas, a médica Rosemary Maciel de Andrade faz as vezes de “mãe de jaleco”, de centenas de pequenos pacientes por mês. No dia a dia do seu consultório, a médica reponde, principalmente, a dúvidas ligadas à amamentação e ao crescimento do bebê. As terríveis crises de cólicas, comuns e esperadas nos primeiros seis meses de vida, também configuram a lista interminável de preocupações maternas, em especial, das mães de primeira viagem.

No currículo da pediatra, algumas gerações de uma mesma família já passaram pelos seus cuidados médicos. De “filhos”, Rosemary Maciel já tem “netos” como pacientes. Profissional das mais competentes, quem já foi atendido por ela, continua no consultório ao ser mãe ou pai e começar a história novamente, agora com seu bebê.
“Outro questionamento muito comum diz respeito ao sono. Como no início, os bebês mamam muito, não conseguem dormir por muito tempo seguido, o que também é absolutamente normal”, esclareceu a médica pediatra.
O Dia das Mães, enquanto data comemorativa, foi criado por Anna Jarvis, com o intento de homenagear sua mãe, Ann Jarvis, conhecida por realizar trabalho social com outras mães, sobretudo no período da Guerra Civil Americana.
Ann Jarvis, que frequentava uma igreja metodista, dedicou sua vida ao ativismo social. Ela o iniciou promovendo ações que possibilitaram a melhoria das condições sanitárias de sua comunidade.
Prática de exercício é dúvida para gestante, diz médica
A ginecologista e obstetra Cristina Cabús citou que as dúvidas mais frequentes das mamães de primeira viagem dizem respeito a atividades físicas permitidas, vida sexual, remédios permitidos e tipos de parto e sintomas de trabalho de parto.
Entre os receios das gestantes que nunca deram à luz, a médica explicou que são relacionados ao bem-estar fetal, ao medo que os bebês entrem em sofrimento.
“Medo de desenvolverem pré-eclâmpsia, terem hemorragia e de não conseguirem ter o tipo de parto desejado (seja normal ou cesárea)”, relacionou.
Quanto aos exames pré-natais, inicialmente, acrescentou a médica obstetra, as consultas são mensais. Após o 7 mês passa a ser quinzenal e no 8° mês em diante semanal. “Este intervalo pode ser diferente a depender de alguma intercorrência com a gravidez”, detalhou a médica formada pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Cristina Cabús atua em Maceió há 35 anos, tanto em clínica privada, quanto nas Secretaria de Saúde do Estado e de Maceió.
Cristina Cabús é dessas pessoas inspiradoras. A médica perdeu a filha mais velha em um acidente de carro quando a jovem tinha 20 anos. Ao longo dos anos e tomando como inspiração o amor materno que tira forças emprestadas por Deus, a médica ressignificou o sofrimento, transformando-o em amor.
“Eu amo falar sobre a minha filha. Minha filha é luz na minha vida. Sempre foi. Desde que nasceu era uma menina diferenciada. Sou tão privilegiada por Deus ter me dado uma filha maravilhosa. Agradeço por ter acolhido ela no meu ventre e ter sido sua mãe durante o tempo que Deus permitiu. Apesar ‘Dele’ pegar ela de volta antes do que eu queria. Tenho uma profissão tão maravilhosa que faz com que eu consiga todos os dias transformar minha dor em amor. Eu lembro da minha filha todos os minutos da minha vida”, discorreu com a serenidade que apenas as mães têm. A médica dedica seu amor a filha Letícia, a neta Lara, a neta que ainda irá nascer e a todos os bebês que coloca no mundo.
Entre as centenas de novos partos que a médica irá fazer ao longo da carreira exitosa, está mais um afetivamente especial. Será em novembro, da segunda neta, filha da advogada Letícia Cabús, 27 anos.
A gestante recordou a emoção que sentiu ao ver sua filha Lara nascer pelas mãos da sua mãe. “Senti muita segurança! Mãe é a pessoa que a gente mais confia no mundo, então ninguém melhor do que ela pra fazer meu parto. Não tive nenhuma preocupação durante a gestação e nem na hora do parto. Eu sabia que tava nas melhores mãos do mundo, então eu só fazia o que ela mandava”, afirmou, com a expectativa de quem está contando os meses para repetir a emoção.
Considera-se que o Dia das Mães surgiu nos Estados Unidos, no começo do século XX. Apesar disso, os historiadores enxergam algumas semelhanças entre essa data comemorativa e algumas celebrações realizadas na Antiguidade clássica, isto é, na Grécia e Roma antigas. Alguns historiadores pontuam que festivais em homenagem à figura materna não são uma exclusividade do mundo contemporâneo. Na Grécia, por exemplo, celebrava-se Reia, a mãe dos deuses.
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