Cidades
Mulheres surdas devem participar da criação de políticas públicas, defende advogada
estudo observou como a ausência de acessibilidade e de participação da comunidade surda afeta a garantia de direitos e a construção da identidade dessas mulheres

A advogada e pesquisadora Anne Amaral desenvolveu, em 2023, uma pesquisa sobre a relação entre a formulação de políticas públicas em Alagoas e os direitos das mulheres surdas. O estudo observou como a ausência de acessibilidade e de participação da comunidade surda afeta a garantia de direitos e a construção da identidade dessas mulheres.
Segundo o Censo 2010 do IBGE, Alagoas possui mais de 859 mil pessoas com algum tipo de deficiência, sendo 146 mil com deficiência auditiva — das quais mais de 31 mil são mulheres apenas em Maceió. Esses dados, já defasados, revelam a ausência de políticas públicas de mapeamento da comunidade surda em Alagoas.
A pesquisa destacou uma pauta urgente: a inclusão efetiva das mulheres surdas na formulação de políticas públicas. O levantamento, com dados quantitativos e qualitativos, aponta fragilidades históricas nas ações voltadas a esse grupo e ressalta a necessidade de superar barreiras comunicacionais e institucionais que ainda limitam sua participação social.
“É preciso romper com práticas excludentes e construir espaços onde as mulheres surdas possam ser ouvidas e representadas desde o início da formulação das políticas”, afirmou Anne Amaral. Ela destaca que, além das barreiras enfrentadas por serem mulheres, elas também lidam com limitações impostas pela falta de acessibilidade linguística e institucional.
A Central de Interpretação de Libras (CIL), implantada em 2015 para atender a comunidade surda alagoana, tem enfrentado sérios problemas de pessoal. Dos oito intérpretes iniciais, restava apenas uma profissional para atender toda a demanda do estado.
“Propomos a capacitação de gestores públicos em Libras, o incentivo à formação de lideranças surdas femininas e a criação de canais acessíveis de escuta e deliberação. A participação direta dessas mulheres é essencial para que as políticas públicas atendam às suas reais necessidades”, defendeu a pesquisadora.
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