Cidades

Escuta pública reúne moradores e parlamentares nos Flexais

Por Ricardo Rodrigues - colaborador / Tribuna Independente 14/02/2025 08h39 - Atualizado em 14/02/2025 10h02
Escuta pública reúne moradores e parlamentares nos Flexais
Deputados e vereadores se reuniram com moradores dos Flexais - Foto: Edilson Omena

Os moradores dos Flexais, das Quebradas e Rua Marquês de Abrantes participaram de uma escuta pública, organizada pela Defensoria Pública do Estado de Alagoas, com o apoio do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB). A reunião aconteceu, na noite de ontem, em frente ao Parque da Lagoa, no Flexal de Baixo, em Maceió. Além de moradores e lideranças dos movimentos sociais, a audiência pública contou com a participação dos deputados estaduais José Wanderley Neto e Cabo Bebeto; e de quatro vereadores da Capital: Leonardo Dias, Thiago Prado, Allan Pierre e Teca Nelma.

De acordo com o defensor público Ricardo Melro, a escuta pública foi muito bem sucedida, pois teve uma excelente participação de moradores e reuniu também inúmeras autoridades. “Estamos ouvindo, mais uma vez, as pessoas que moram nessa região, que vivem o drama do isolamento social, para saber se elas querem ou não permanecerem aqui”, afirmou Melro. Quando o defensor fez a pergunta aos moradores, a maioria esmagadora disse que não queriam mais morar ali. “Como se ver, os moradores querem a realocação, com indenizações justas”, acrescentou.

Segundo o coordenador do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), Cássio Araújo, a escuta pública foi convocada não só para ouvir os moradores, mas para dar visibilidade à luta da população contra a revitalização do bairro, imposta pela mineradora. “Não adianta fazer obras de ressocialização ou revitalização, se os moradores não suportam mais morar aqui e viver nesse isolamento social”, afirmou Araújo. “A Igreja do bairro foi interditada, a feira não existe mais, o comércio fechou suas portas e os moradores perderam a vizinha que tinha com os outros bairros da região”, acrescentou.

Para o deputado José Wanderley, a voz da população precisa ser ouvida e sensibilizar as autoridades. “Se a maioria quer a realocação, como ficou patenteado nessa escuta pública, cabe a Justiça viabilizar essa retirada das pessoas daqui, mas com os custos dessa mudança sendo assumido pela mineradora, afinal foi a Braskem quem criou essa situação constrangedora”, afirmou o parlamentar. “A Assembleia está atenta a esta questão e vamos debater com nossos pares, nas comissões, para fazer valer a vontade da maioria dos moradores”, destacou o deputado Cabo Bebeto.

A vereadora Teca Nelma também defende que a Justiça reveja o acordo feito com a Braskem, para levar em consideração a vontade dos moradores. “As pessoas que moram aqui vivem um isolamento social forçado e isto não faz bem para a saúde dessa população. Por isso, estamos aqui para hipotecar solidariedade à essa comunidade”, enfatizou.