Cidades
Pedidos de recuperação judicial sobem 37,7%
Advogado Victor Lages explica que cenário econômico adverso tem sido determinante para aumento

O número de pedidos de recuperação judicial no Brasil registrou um aumento expressivo nos últimos 12 meses, saltando de 162 em outubro de 2023 para 223 no mesmo mês deste ano, uma alta de 37,7%. O volume de outubro de 2024 é o terceiro maior do ano, ficando atrás apenas dos meses de julho e agosto, segundo dados da Serasa Experian.
As micro e pequenas empresas lideraram os pedidos de recuperação judicial no período, totalizando 177 solicitações. Em seguida, aparecem as médias empresas, com 38 requerimentos, e as grandes companhias, com 8 casos.
O TH Entrevista da semana recebeu advogado Victor Lages, especialista em recuperação judicial, que explicou que o cenário econômico adverso tem sido determinante para o aumento desses pedidos. “A alta taxa de juros torna o crédito mais caro e dificulta a renegociação das dívidas. Isso compromete a capacidade das empresas de manterem suas operações de forma saudável”, disse.
Outro fator que pressiona o fluxo de caixa das companhias é a inadimplência dos consumidores. “Com a inflação corroendo o poder de compra da população, as vendas diminuem e o setor empresarial sente diretamente esse impacto”, acrescenta Lages.
O setor de serviços foi o mais afetado em outubro, com 83 pedidos de recuperação judicial, seguido pelo comércio, que registrou 57 solicitações. O setor primário, composto por atividades agropecuárias e extrativistas, contabilizou 48 pedidos, enquanto a indústria teve 35 requerimentos.
Além disso, os pedidos de falência também apresentaram um crescimento significativo. Em outubro de 2024, foram registrados 92 requerimentos, contra 61 no mesmo período do ano passado, representando um aumento de 50,8%.
“A falência é geralmente o último recurso para credores que tentam minimizar prejuízos e garantir ao menos uma parte dos valores que têm a receber”, destaca Lages.
Entre os pedidos de falência, as micro e pequenas empresas foram as mais atingidas, com 55 casos. As médias empresas registraram 20 pedidos, enquanto as grandes somaram 17. O setor de serviços novamente liderou o ranking, com 39 solicitações, seguido pelo comércio (28), indústria (24) e setor primário (1).
Para o especialista, a tendência é que esse cenário persista enquanto as condições econômicas não melhorarem. “A recuperação judicial pode ser uma ferramenta essencial para que as empresas reorganizem suas dívidas e evitem a falência, mas é fundamental que esse processo seja conduzido com planejamento e estratégia”, conclui Lages.
Para assistir a entrevista completa é só acessar o portal Tribuna Hoje no YouTube ou o tribunahoje.com.
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