Cidades

Alagoas registrou 18 mil casos e 20 mortes por dengue em 2024

Com chegada do verão, especialista alerta para aumento de pessoas infectadas; em Maceió, foram sete mil casos e sete óbitos

Por Valdete Calheiros - colaboradora / Tribuna Independente 04/01/2025 11h01 - Atualizado em 04/01/2025 11h52
Alagoas registrou 18 mil casos e 20 mortes por dengue em 2024
Mesmo com as campanhas e operações da Vigilância Sanitária, dengue segue fazendo vítimas em Alagoas - Foto: Assessoria

O verão reacende o alerta das autoridades de saúde para o aumento no número de casos de dengue. Em todo o estado de Alagoas, foram registrados quase 18 mil casos de dengue – exatos 17.982 – de janeiro a dezembro do ano passado. Em 2023, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) contabilizou 4.287 casos, ou seja, um aumento de 319,4%. O número de mortes saltou de quatro em 2023 para 20 em 2024.

A capital Maceió fechou os 12 meses de 2024 com 7.983 casos prováveis da doença. No mesmo período de 2023 foram confirmados 2.359 casos de dengue, correspondendo a um aumento na ordem de 202,88% no ano passado em relação ao ano anterior.

Do total de casos notificados de janeiro a dezembro de 2024, foram confirmados 7.145. No ano passado, sete pessoas morreram em decorrência de dengue no município.

Os números foram fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde de Maceió (SMS) e divulgados no último dia 30 de dezembro de 2024, data da mais recente atualização estatística.

O médico infectologista Fernando Maia explicou que no verão, os casos da doença tendem a aumentar por causa das chuvas de verão que criam pequenos criadouros do mosquito.

Conforme o médico, o sorotipo 3 voltou a circular. “O que não acontecia há mais de 20 anos”.

Apesar das estatísticas, a procura da população elegível para receber a vacina contra a dengue ainda é baixa. Em todo o ano passado, do total de 65.327 pessoas aptas a receber o imunizante, apenas 17.513 procuraram os postos de saúde para receber a primeira dose e 4.410 pessoas retornaram em busca da segunda dose. Ou seja, a cobertura vacinal atingiu 21.923 ou ainda 26,8% da população elegível pelo Ministério da Saúde.

“A procura da vacina está abaixo do esperado, a vacina está sendo prevista inicialmente para crianças e adolescentes que são a faixa etária mais acometida pelas formas graves, mas depois o Ministério deve estender essa vacinação para outras faixas também”, considerou Fernando Maia.

Em relação aos casos de chikungunya, os números são mais modestos. Foram 256 casos prováveis, dos quais 189 confirmados. Não houve registro de óbitos em decorrência da doença.

No mesmo período de 2023 foram confirmados 479 casos de chikungunya, correspondendo a uma redução na ordem de 60,54% em relação ao ano anterior.

Em relação à zika, Maceió somou 73 casos prováveis, sendo 27 confirmados. Também não houve registro de óbitos em decorrência da doença.

No mesmo período de 2023 foram confirmados 22 casos de zika, significando que em 2024 os casos registrados corresponderam a um aumento de 22,73% em relação ao ano anterior.

Entre os bairros de maior incidência de casos de dengue destacam-se Centro, Bebedouro e Pajuçara. A chikungunya está mais frequentemente presente nos bairros de Santo Amaro, Canaã e Bebedouro.