Cidades
Liberados 13 dos apartamentos interditados na Cidade Universitária
Peritos realizam novos exames para definir motivos das explosões; avô e neto são sepultados no Cemitério São Luiz
Com as vistorias encerradas, a Defesa Civil de Maceió liberou 13 dos 21 apartamentos que estavam interditados. As famílias já podem retornar e realizar a limpeza das residências, após os danos causados pela explosão.
Oito apartamentos continuam interditados até que reparos estruturais sejam efetivados. O local permanece isolado para garantir a segurança dos moradores.
O órgão solicitou o religamento da energia elétrica dos apartamentos que podem ser reocupados e ofereceu caminhões para realizar a mudança dos moradores que desejam deixar o local.
A movimentação de peritos do Instituto de Criminalística foi intensa, ontem, no Residencial Maceió I, no bairro Cidade Universitária, em Maceió, onde especialistas colheram provas para tentar entender a dinâmica da explosão que vitimou fatalmente três pessoas.
O exame pericial buscar achar, com precisão, o epicentro da explosão. No local, foram recolhidos cinco botijões grandes, seis pequenos, seis mangueiras e uma válvula. Todo esse material foi coletado e serão feitos exames complementares.
Os botijões são de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), gás utilizado nos botijões comerciais, também conhecido como gás de cozinha. Conforme o Instituto de Criminalística, os botijões estavam espalhados dentro do raio de onde foram feitas as buscas, embaixo dos escombros. A disposição dos botijões levantou a hipótese, a ser ainda confirmada ou descartada, de que eram do mesmo imóvel.
O perito criminal Gerard Deokaran, especialista em explosivos, contou que durante a primeira parte da perícia foram encontrados vários vestígios.
“A equipe conseguiu coletar na região do epicentro da explosão e acondicionar duas amostras de gás que serão encaminhadas para o Laboratório de Química Forense, como também conseguiu coletar mais quatro amostras de gás dos botijões encontrados na cena”.
Gerard Deokaran confirmou que foram coletados vestígios biológicos para que a perícia possa traçar a dinâmica do posicionamento das vítimas. Em relação às vítimas, o perito criminal destacou que todas elas estavam dentro do raio de sobrepressão da onda de choque gerada pela explosão.
O chefe do Instituto de Criminalística de Maceió, perito criminal Charles Mariano, explicou que as equipes utilizaram uma série de recursos tecnológicos para determinar a dinâmica e as causas da explosão.
Enquanto a perícia busca entender o que provocou a explosão, os corpos de Gilvan da Silva, 57 anos, e de Tharlysson Felipe da Silva Ferreira, 10 anos, seu neto, estavam sendo sepultados, no Cemitério São Luiz, na parte alta de Maceió.
O sepultamento contou com a presença de familiares e amigos das vítimas. Parentes preferiram realizar a cerimônia sem a presença da imprensa.
Torcedor do CSA, o menino sonhava em ser jogador de futebol.
Defesa Civil Municipal diz que dá assistência às vítimas da explosão
A Defesa Civil Municipal informou na sexta-feira (8) que todas as famílias atingidas pela explosão ocorrida no Residencial Maceió 1, no bairro Cidade Universitária, foram atendidas por sua Diretoria Social e receberam os devidos encaminhamentos para os benefícios socioassistenciais do município de Maceió.
A Defesa Civil solicitou o religamento da energia elétrica dos apartamentos que podem ser reocupados e, também, foram oferecidos caminhões para realizar a mudança dos moradores que desejam deixar o local.
“A prioridade neste momento é garantir a segurança da população e iniciar a limpeza da área para que a Defesa Civil possa avaliar os danos”, afirmou o secretário municipal de Infraestrutura, Livio Lima.
Já o presidente do Sindigás – Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo –, Sergio Bandeira de Mello, disse que acidentes com botijão de gás são pouco comuns, apesar do fato de 91% das famílias brasileiras fazem uso dele.
“Ainda que seja uma embalagem extremamente segura, o consumidor precisa seguir cuidados simples de segurança, tanto na armazenagem quanto no manuseio do botijão. A maior parte dos acidentes, envolvendo gás de cozinha, poderia ser evitada se tais regras fossem cumpridas. Instalações irregulares ou malfeitas, uso de mangueira ou regulador de pressão (acessórios usados para a instalação do botijão) fora do prazo de validade; tentativas de transferir o gás de um botijão para outro; armazenamento do recipiente de forma inadequada, em ambientes fechados e sem qualquer ventilação, estão entre as principais causas”.
Segundo ele, os acidentes ocorrem, em geral, pelo vazamento do gás que fica represado em um ambiente confinado e, ao entrar em contato com uma fonte de calor, causa a explosão desse ambiente. É bom frisar que a explosão, quando ocorre, é do gás que vazou e não do botijão. O botijão é extremamente seguro e não explode”.
Conforme o presidente do Sindigás, o gás de cozinha, por ser um produto inflamável, traz riscos, como qualquer outro combustível ou mesmo a energia elétrica.
“A segurança das mais de 33 milhões de embalagem vendidas mensalmente e entregues em perfeitas condições de uso pelas distribuidoras deve, no entanto, ser acrescida de cuidados do consumidor. O primeiro começa já na hora da compra. Deve-se adquirir o gás somente em pontos de venda autorizados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), verificando se o lacre da embalagem está intacto, conferindo as informações contidas no rótulo de segurança”.
Sergio Bandeira de Mello explicou que durante a troca do botijão, é importante deixar o aparelho celular longe do produto. A substituição deve sempre ser feita de forma manual, sem a ajuda de ferramentas.
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