Cidades

Júri: três acusados pegam mais de 40 anos e dois são absolvidos do homicídio do auditor fiscal João Assis

Irmãos Ronaldo e Ricardo Gomes e o funcionário deles Vinicius Ricardo de Araujo foram condenados, enquanto Maria Selma e João Marcos foram absolvidos

Por Valdete Calheiros - colaboradora 01/11/2024 23h29 - Atualizado em 01/11/2024 23h50
Júri: três acusados pegam mais de 40 anos e dois são absolvidos do homicídio do auditor fiscal João Assis
Julgamento foi encerrado na noite desta sexta com três condenados e dois absolvidos - Foto: Ascom MP/AL

Com três pessoas condenadas e duas absolvidas, terminou na noite desta sexta-feira (1), depois de dois dias, o julgamento das cinco pessoas acusadas de terem assassinado o auditor fiscal Secretaria da Fazenda de Alagoas João Assis Pinto Neto no dia 26 de agosto de 2022.

O júri popular decidiu condenar os irmãos Ronaldo Gomes (41 anos e 23 dias de reclusão) e Ricardo Gomes (41 anos, 10 meses e 15 dias) e o funcionário deles Vinicius Ricardo de Araújo (40 anos e 11 meses) pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, corrupção de menores e fraude processual. Todos cumprirão pena em regime fechado.

Maria Selma Gomes Meira (mãe de Ronaldo e Ricardo) e também de João Marcos Gomes de Araújo foi absolvida, assim como o filho João Marcos.

O Conselho de Sentença – grupo de sete jurados a quem coube a missão de julgar os réus – se reuniu por pouco mais de duas horas, depois de ouvirem 34 testemunhas, Ministério Público e defesa dos réus.

O júri foi iniciado na manhã do último dia 31 e encerrado na noite desta sexta-feira, por volta das 22h30, no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro. O julgamento foi presidido pelo juiz Geraldo Amorim.

As cinco pessoas foram julgadas por homicídio triplamente qualificado, além dos crimes conexos de fraude processual, corrupção de menor e ocultação de cadáver.

A promotora de Justiça, Adilza de Freitas, titular da 42ª Promotoria de Justiça, que atuou na acusação, apontou a crueldade dos acusados com o auditor fiscal. “O Tribunal do Júri é lugar de suor, luta e lágrimas. Suor da nossa beca em busca pela Justiça, luta para que a verdade prevaleça e que hoje possamos defender a dignidade da vítima, e lágrimas da esposa e dos filhos que sofrem a dor”.

Bastante enfática, a promotora citou os outdoors com a imagem de João de Assis espalhados pela cidade: “Ele nos encara em silêncio, pede que cada um que passe ali o ajude. Transformaram a vida de João de Assis, um brilhante ser humano, em cinzas. Ali não é um retrato apenas, é o símbolo de um homem íntegro que passou 20 anos servindo ao estado de Alagoas, ao município e ao país. Peço a vossas excelências que condenem os réus”.

Ela contou com o assistente de acusação Bruno Vasconcelos Barros. Um dos momentos mais marcantes do julgamento foi quando ele mostrou as fotos feitas pela perícia.

Nesse momento, diante da exposição das imagens fortíssimas de como foi encontrado o corpo da vítima, a viúva de João de Assis, Marta Maria de Fátima Pacheco Magalhães Pinto, e os dois filhos do casal se abraçaram e ficaram de costas para as imagens.