A sétima edição do Projeto Vozes: Narrativas sociais e diálogos com o Sistema de Justiça tem data certa para acontecer. No próximo dia 12 de novembro, às 14h, no auditório da Justiça Federal em Alagoas, no bairro da Serraria, será a oportunidade para uma grande roda de diálogos sobre racismo estrutural, preconceito, as lutas dos quilombolas e o racismo religioso, entre outras questões relacionadas. Esta edição será especialmente voltada para o Mês da Consciência Negra e reforça o compromisso do Judiciário em ouvir as vozes e compreender temas cruciais da sociedade.

Através do diálogo com representantes de grupos historicamente marginalizados, o Projeto Vozes visa aproximar juízes, servidores, advogados, defensores públicos, promotores, estudantes e pesquisadores das experiências vividas por aqueles em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Sociedade mais inclusiva

O coordenador do projeto, juiz federal Antônio José Araújo, destaca a relevância de incluir essas vozes no debate jurídico. “É essencial que as experiências de grupos como a população quilombola, as religiões de matriz africana e as vivências que identifiquem o racismo estrutural sejam ouvidas e compreendidas pelo Sistema de Justiça. Isso contribui para decisões mais justas e uma sociedade mais inclusiva e sobretudo antirracista”, considera o magistrado.

A juíza Flavia Hora Oliveira de Mendonça também coordena esta etapa do projeto, juntamente com o juiz federal Antônio José. Ela destaca a importância da iniciativa. “O Projeto Vozes tem oportunizado que magistrados e magistradas da Justiça Federal de Alagoas e integrantes da comunidade jurídica e acadêmica tenham contato com diversos segmentos sociais, trazendo à tona realidades muitas vezes pouco conhecidas. A sensibilização promovida pelos relatos dos participantes, por si, seria um ganho para a formação humanizada de todos nós, a qual deve ser sempre contínua. Mas o Projeto Vozes não se limita a isso. Há oportunidade de que, do debate, resulte efetiva implementação, criação e aprimoramento de políticas públicas voltadas a diminuir desigualdades de toda sorte”, considera.

O evento se insere no contexto do Mês da Consciência Negra, um momento de reflexão sobre as consequências históricas do racismo e as barreiras ainda enfrentadas pelas comunidades negras no Brasil. A presença de lideranças quilombolas, ativistas do movimento negro e defensores dos direitos humanos será fundamental para iluminar as dinâmicas de exclusão racial e religiosa, bem como para discutir formas de superação e construção de uma sociedade antirracista.

Público

O Projeto é aberto ao público em geral, com foco especial nos membros do Sistema de Justiça. Aqueles que precisarem de certificado deverão se cadastrar previamente por meio de um formulário eletrônico e contribuir, no dia do evento, com a doação de um quilo de alimento não perecível ou um livro de literatura, que serão entregues às instituições beneficentes.

Para participar, os interessados ​​devem fazer sua inscrição no endereço https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdKeUUsvjM5ZaXrkwNgE0z2m5XFyCGRaStQ8_j5fIecOtHs8g/viewform.