As famílias atingidas pelas rachaduras nas residências, no entorno da Mineração Vale Verde, em Craíbas, voltaram acionar a Justiça em Alagoas.

O Coletivo de Moradores das Áreas Diretamente Afetadas Por Mineração em Craíbas acionaram ontem (23), A 8ª Vara da Justiça Federal em Alagoas, Procuradoria da República e a Defensoria Pública da União em Alagoas solicitando apoio, para que seja agilizado o processo de indenização devido à perda parcial e completa das residências, por conta das rachaduras nos imóveis.
“Não somos contra a atividade de mineração, que reconhecemos como de suma importância para a economia local e nacional. No entanto, morar tão próximo de uma mineradora tornou-se completamente inviável, devido aos inúmeros transtornos que essa atividade causa”, afirma o morador Tancredo Barbosa.

Na petição, ele explica que os moradores citam como problema maior a proximidade das casas com a mineradora. Tancredo Pereira revela que os transtornos mais graves enfrentados pelos moradores de 14 comunidades afetadas diretamente são rachaduras nas casas, segundo eles, pelos constantes tremores das explosões, tendo inúmeras casas já com laudo de eminência de desabamento e outras residências em processo avançado de comprometimento das suas estruturas, além de terem imóveis construídos recentemente já apresentando problemas estruturais graves.

“Também há grande volume de poeira liberada no ar, o que tem gerado sérios problemas respiratórios, especialmente entre as crianças e idosos. A liberação de gases nocivos e partículas provenientes das atividades de mineração tem comprometido nossa qualidade de vida e colocado em risco a saúde de todos. Outra coisa grave é a recente possibilidade de contaminação por materiais pesados do Riacho Salgado que compõe a bacia hidrográfica do Rio São Francisco, a fauna e flora locais têm sido severamente afetadas, com a mortandade de animais”, acrescenta.

O representante dos moradores das comunidades adianta que a solicitação de relocação dos imóveis com indenização justa é a principal reivindicação das famílias afetadas.

Ainda de acordo com Tancredo Barbosa, outro aspecto refere-se ao trânsito intenso dos veículos relacionados direta e indiretamente com a atividade de mineração, o que, segundo ele, tem provocado acidentes na rodovia AL-486 e colocando em risco a vida de alunos, professores e servidores da escola municipal, que está muito próximo da entrada principal da empresa.

Em relação ao assunto, a Mineração Vale Verde (MVV) tem reiterado, várias vezes, que suas atividades não têm relação com as rachaduras nos imóveis em questão.
E reforça que a companhia tem o seu comprometimento com as melhores práticas de ESG e respeito ao meio ambiente.